Jornalistas são torturados no Paquistão por expor zona de quarentena insalubre
![Jornalistas mostravam zona de quarentena insalubre na província do Baluchistão - Din Muhammad Watanpaal/Pacific Press/LightRocket via Getty Images](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/98/2020/06/23/exercito-faz-patrulha-em-quetta-na-provincia-de-baluchistao-no-paquistao-1592960722629_v2_900x506.jpg)
Dois jornalistas paquistaneses foram detidos e torturados por três dias por terem mostrado uma zona de quarentena insalubre na província do Baluchistão (sudoeste), na fronteira com o Afeganistão, denunciou hoje a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF).
"A administração (local) não gostou da nossa cobertura", na qual se via falta d'água e de outros serviços básicos do centro, declarou à AFP Saeed Ali Ashakzai, que depois que as forças de segurança o convocaram no sábado juntamente com um colega, foi transferido para outro grupo paramilitar.
"Cobriram nossos olhos [...] e depois começaram a nos espancar com paus e cabos de fibra ótica", contou o jornalista da Samaa TV. "Depois de um momento, pensei: 'não vou sair desta. Vão me matar'".
Em fotos enviadas à AFP pode-se ver as costas dos dois jornalistas com marcas de pancadas e marcas roxas. Os repórteres foram liberados ontem, após três dias em uma "cela de isolamento", segundo Ashakzai.
Outra área de quarentena, estabelecida para combater o novo coronavírus no Baluchistão, província mais instável do país, já ocupou as manchetes em fevereiro por sua insalubridade.
"É totalmente inaceitável que representantes das forças de segurança cometam atos de tortura simplesmente porque não gostou do que estes dois jornalistas mostraram", denunciou Daniel Bastard, encarregado do escritório Ásia-Pacífico da RSF.
Perguntado pela AFP, Zaullah Langove, ministro do Interior do Baluchistão, desculpou-se "pela tortura sofrida". Foi aberta uma investigação e "três encarregados diretamente envolvidos no incidente foram suspensos", acrescentou.
Sete jornalistas morreram no Paquistão no exercício da profissão entre maio de 2019 e abril de 2020, segundo o "Freedom Network", grupo que defende a liberdade de imprensa.
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