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Furacão Laura ameaça costa dos EUA com inundações 'catastróficas'

Imagem de satélite mostra furacão Laura se movendo em direção a Louisiana, nos EUA - Divulgação/NOAA/GOES/AFP
Imagem de satélite mostra furacão Laura se movendo em direção a Louisiana, nos EUA Imagem: Divulgação/NOAA/GOES/AFP

26/08/2020 17h22Atualizada em 26/08/2020 18h40

Laura se aproxima hoje das costas da Louisiana e do Texas como um furacão "extremamente perigoso" de categoria 4, que forçou a evacuação de centenas de milhares de pessoas devido à ameaça de inundações "catastróficas".

O ciclone avança com ventos de 220 km/h e deve atingir os dois estados do sul dos Estados Unidos à noite, anunciou o Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês).

Uma tempestade com "enormes ondas destrutivas vai causar danos catastróficos" ao litoral de ambos os estados, disseram os meteorologistas. Somadas à maré alta, essas ondas — que podem avançar cerca de 50 km terra adentro — podem fazer com que as águas subam entre 4,5 e 6 metros acima do nível normal.

No entanto, está previsto um "enfraquecimento rápido quando Laura tocar o solo", segundo o NHC, que também alertou sobre chuvas entre 130 e 250 milímetros, com alguns picos de quase 400 milímetros no oeste da Louisiana e no leste do Texas.

O fenômeno também ameaça os principais centros de refino de petróleo de Lake Charles, na Louisiana, e em Beaumont e Port Arthur, no Texas, localizados perto da costa. Mais de 100 plataformas de petróleo no Golfo do México foram evacuadas como medida de precaução.

Orientação é evacuar

O governador do Texas, Greg Abbott, pediu aos residentes que evacuem suas casas. "Eles têm apenas mais algumas horas para escapar dos danos", disse ao Weather Channel.

"Esta é uma tempestade muito perigosa, mais forte do que a maioria que já cruzou" as costas do estado, acrescentou, insistindo para que a população faça "tudo possível para sair do caminho" de Laura.

O presidente Donald Trump pediu aos moradores das áreas afetadas que "ouçam as autoridades locais".

"Laura é um furacão muito perigoso e está se intensificando rapidamente", publicou Trump no Twitter. "Meu governo continua colaborando totalmente com os gestores de emergência estaduais e locais".

Jimmy Ray estava entre os que receberam ordem de evacuação em Lake Charles, no estado de Louisiana. A princípio "íamos tentar aguentar dentro de casa, mas vimos que o furacão ia ser muito forte", disse à AFP.

Outra evacuada da cidade, Patricia Como, contou que seus irmãos, primos e outros membros da família decidiram ficar, mas ela não queria correr o risco. "Não vou brincar com Deus", disse.

Craig Brown, o prefeito da Ilha de Galveston, no Texas, que sofreu o furacão mais mortal da história dos Estados Unidos em 1900 com milhares de vítimas fatais, disse que as autoridades estão "monitorando de perto" a situação.

"Tivemos uma boa cooperação de nossos residentes na evacuação", disse ele. "Se eles quiserem ficar, nós permitiremos", mas "se eles ficarem, é possível que não tenham nenhum serviço de emergência disponível", esclareceu.

Cuidado com a covid-19

Angela Jouett, que lidera a operação de evacuação em Lake Charles, informou que novos protocolos foram implementados devido à pandemia do coronavírus. "As pessoas que entram (nos centros de evacuação) usam desinfetante nas mãos", passam por "controles de temperatura" e mantêm entre elas uma distância física de dois metros.

O governador Abbott — cujo estado sofre uma onda significativa de infecções por covid-19 — pediu àqueles que podiam pagar por isso que se refugiassem em hotéis e motéis "para se isolarem".

Em Nova Orleans, devastada em 2005 pelo furacão Katrina, de categoria 5, o histórico Bairro Francês estava sem turistas, e sacos de areia foram empilhados diante de portas e janelas. Os edifícios de arquitetura colonial foram protegidos com chapas de madeira.

"Não estou preocupado com a água que entra com a tempestade, mas sim com a chuva e as bombas sem funcionar. É isso que vai causar as enchentes", disse à AFP Robert Dunalp, empresário que não se esquece do Katrina, que deixou 1.000 mortos e danos enormes.

Laura passou na segunda-feira como tempestade tropical por Cuba, onde provocou fortes chuvas e alguns danos. No fim de semana, a tempestade provocou 25 mortes no Haiti e República Dominicana.

A temporada de tempestades no Atlântico, que vai até novembro, deve ser uma das mais severas. O NHC prevê até 25 fenômenos, e Laura é o 12º até o momento.