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Justiça dos EUA não denunciará policial que deu sete tiros em Jacob Blake

Jacob Blake em hospital que ficou por seis meses internado após ser baleado - Reprodução/Twitter
Jacob Blake em hospital que ficou por seis meses internado após ser baleado Imagem: Reprodução/Twitter

De Washington (EUA)

05/01/2021 20h21

Os policiais envolvidos na realização de disparos que feriram gravemente o homem negro Jacob Blake, que sobreviveu mas ficou paralisado abaixo da cintura, em agosto do ano passado, na cidade americana de Kenosha, não serão processados, anunciou hoje o promotor encarregado do caso, reacendendo assim a revolta antirracista nos Estados Unidos.

"Nenhum agente de Kenosha será acusado. Baseando-nos nos fatos e na lei, decidimos que não serão apresentadas acusações", disse o promotor local Michael Graveley durante coletiva de imprensa.

Assim, nenhum policial envolvido na ação será denunciado, incluindo Rusten Sheskey, o agente branco que fez sete disparos contra Blake.

Em antecipação ao anúncio de hoje, o conselho municipal declarou estado de emergência na cidade de 100 mil habitantes do estado de Wisconsin. Além disso, 500 membros da Guarda Nacional estão preparados para agirem em caso de violência.

Blake, 29, foi baleado em 23 de agosto quando seus três filhos o observavam enquanto ele tentava entrar no seu carro. Gravemente ferido, ele perdeu o movimento das pernas.

A cena foi filmada por uma testemunha e os agentes envolvidos foram suspensos de suas funções.

O caso gerou três noites de tumulto em Kenosha, culminando em 25 de agosto, quando um jovem de 17 anos disparou um rifle semiautomático contra três manifestantes, matando dois deles.

Sua prisão no dia seguinte trouxe uma calma temporária à cidade. O jovem, Kyle Rittenhouse, foi posteriormente libertado sob fiança de US$ 2 milhões. Hoje ele se declarou inocente à justiça americana.

O caso causou forte mobilização no meio esportivo e no cenário político. Até os então candidatos presidenciais Donald Trump e Joe Biden foram À cidade.

O país testemunhou um movimento de protesto histórico contra o racismo e a violência policial desde a morte de George Floyd, outro homem negro, que foi sufocado por um policial branco em 25 de maio em Minneapolis.