Bispos e cardeais serão julgados por tribunal penal do Vaticano
Cidade do Vaticano, 30 Abr 2021 (AFP) - O papa Francisco deu um passo decisivo, hoje, para tornar mais confiável o tribunal penal do Estado da Cidade do Vaticano: bispos e cardeais, até agora ultraprotegidos, poderão ser convocados e condenados por esta instância.
Essa minirrevolução do sistema penal deste tribunal do Vaticano - onde magistrados laicos italianos oficiam, e não padres - foi anunciada em um texto assinado nesta sexta pelo papa e que entra em vigor em 1º de maio.
Até então, cardeais e bispos compareciam perante o Tribunal de Cassação presidido por um cardeal, agora, vão-se submeter em primeira instância ao Tribunal, como todos os outros. De todo modo, ainda será necessária autorização prévia do papa para serem julgados.
O pontífice deseja, com isso, afirmar o princípio de igualdade perante a Justiça vaticana de todos os membros da Igreja, "sem privilégios que datam do passado", segundo o que se lê nesta iniciativa do Papa, chamada de "motu proprio".
Este tribunal de primeira instância era muito criticado por não poder convocar os mais altos prelados da Igreja.
Esta importante mudança ocorre quando vários processos criminais importantes se anunciam para os próximos meses, envolvendo cardeais e bispos que trabalharam na Secretaria de Estado (governo do Vaticano). Pela primeira vez, eles poderão ser interrogados por juízes laicos da Justiça Criminal.
Está em curso uma complexa investigação sobre o financiamento opaco, por intermédio de empresários italianos, de um edifício de luxo em Londres, com o aval do secretário de Estado. A investigação deve determinar se os altos prelados cometeram erros de avaliação, ou se envolveram em corrupção.
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