Ameaça de bomba em avião da Ryanair chegou após desvio para Belarus
A ameaça de bomba em um voo da Ryanair, usada pelo governo bielo-russo como argumento para forçar a aterrissagem do avião em Minsk, foi recebida depois que o voo foi desviado — afirmou a empresa suíça de e-mails Proton Technologies.
A empresa, que se orgulha de proteger os dados de seus usuários, não quis comentar em detalhes o e-mail em questão e afirmou que, por ser criptografado, "não se pode acessar, ou verificar, seu conteúdo".
"No entanto, podemos ver quando a mensagem foi enviada, e este e-mail específico foi enviado depois que o avião foi desviado", disse a empresa.
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, provocou críticas internacionais, ao decidir interceptar, usando um caça, o voo da Ryanair entre Atenas e Vilnius. Nele, estavam o jornalista bielo-russo Roman Protasevitch, opositor do governo, e sua namorada, Sofia Sapega. Ambos foram detidos após o pouso de emergência.
Autoridades bielo-russas afirmaram que o aeroporto de Minsk recebeu um e-mail assinado pelo movimento islâmico Hamas, informando que havia uma bomba a bordo e que a mensagem procedia de um endereço da protonmail.com.
A transcrição das trocas entre a torre de controle e a aeronave mostra que o piloto foi informado da ameaça às 9h30 GMT (6h30 em Brasília) e que, um minuto depois, recomendou-se a aterrissagem em Minsk.
Segundo as autoridades bielo-russas, o e-mail em questão terminava com a seguinte ameaça: "Sabemos que os participantes do fórum econômico Delphi voltam para casa no voo FR4978. Uma bomba foi colocada a bordo deste avião. Se não responderem as nossas reivindicações, explodirá na altura de Vilnius. Allahu Akbar ('Deus é o maior', em árabe)".
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