Topo

Esse conteúdo é antigo

Mulher é condenada a 30 anos de prisão por matar empregada em Singapura

Em Singapura, vivem cerca de 250 mil empregadas domésticas; muitas sofrem maus-tratos - Seah Kwan Peng/Straits Times/AFP
Em Singapura, vivem cerca de 250 mil empregadas domésticas; muitas sofrem maus-tratos Imagem: Seah Kwan Peng/Straits Times/AFP

Em Singapura

24/06/2021 10h28Atualizada em 24/06/2021 16h22

Uma mulher de Singapura que agrediu, fez passar fome e matou sua empregada doméstica, de nacionalidade birmanesa, foi condenada a 30 anos de prisão na última terça-feira (22) pelo que o juiz responsável considerou como "um dos piores tipos de homicídio doloso".

Nesta rica cidade-Estado do Sudeste Asiático, vivem cerca de 250 mil empregadas domésticas, a maioria procedente de países pobres da Ásia. Muitas delas sofrem maus-tratos.

O juiz See Kee Oon, que criticou a "crueldade atroz da espantosa conduta da acusada", decidiu condenar Gaiyathiri Murugayan, de 41 anos, a uma longa pena de prisão.

Os ataques especialmente violentos contra Piang Ngaih Don, de 24, foram gravados por câmeras de vigilância colocadas na casa de seus chefes. As agressões era praticamente diárias.

Segundo os autos do processo, a funcionária foi pisoteada, estrangulada, asfixiada, agredida com vassouras e queimada com ferro. A jovem birmanesa faleceu em julho de 2016, após ser espancada durante horas, o que levou à prisão de sua chefe.

Em fevereiro, a singapurense se declarou culpada de 28 acusações, incluindo homicídio culposo.

Na última terça-feira, a ré compareceu ao tribunal de óculos e máscara preta. Permaneceu sentada em silêncio, de olhos fechados, e inclinou a cabeça quando o juiz pronunciou a sentença.

O juiz levou em consideração que a acusada sofria de transtorno obsessivo-compulsivo e depressão desde que deu à luz e, por isso, não ordenou prisão perpétua - uma pena que "não teria sido nem justa, nem adequada".

A empregada doméstica foi contratada em 2015 por Gaiyathiri Murugayan e seu marido, um policial, para cuidar de sua filha de quatro anos e do filho de um ano.

A jovem birmanesa tinha direito a dormir apenas cerca de cinco horas por noite e tinha de tomar banho e ir ao banheiro de porta aberta. Ela estava desnutrida e, quando morreu, pesava apenas 24 quilos.