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Moradores relatam medo com inundações na Alemanha

Um homem tenta remover água de uma casa em uma rua inundada em Mayen, oeste da Alemanha - Michelle FITZPATRICK / AFP
Um homem tenta remover água de uma casa em uma rua inundada em Mayen, oeste da Alemanha Imagem: Michelle FITZPATRICK / AFP

Mayen, na Alemanha

15/07/2021 13h11

Surpresa primeiro, pânico depois. A água que inundou a cidade de Mayen, no oeste da Alemanha, fez com que seus habitantes, ainda perplexos, vivessem uma noite angustiante.

Se esta cidade de cerca de 20 mil habitantes, incrustada entre colinas verdes, não lamentou nenhuma vítima fatal, as chuvas torrenciais e as inundações que atingiram esta região alemã deixaram pelo menos 42 mortos e dezenas de desaparecidos.

"Ninguém esperava por isso. De onde vem toda essa chuva? É uma loucura. Fazia um barulho terrível", relatou à AFP Annemarie Müller, que mal dormiu à noite.

As chuvas fortes fizeram transbordar o pequeno rio Nette, um afluente do Reno que costuma percorrer pacificamente a cidade com arquitetura medieval.

"Tivemos sorte"

"Sentamos na varanda e vimos o Nette transbordar, não podíamos fazer nada. Enquanto não houver vida em perigo, podemos suportar", suspira um aposentado de 65 anos olhando para seu jardim inundado.

O panorama é desolador: as garagens ficaram inacessíveis; a água, que já começou a baixar, ainda está na altura dos joelhos.

"Tivemos sorte", comenta a vizinha Andrea Schär: "o porão está completamente alagado e a água subiu 4 centímetros no piso térreo. Foi rápido, em 20 minutos todo o porão foi inundado", explica a senhora de 55 anos.

Os habitantes afirmam que nunca viram algo parecido. Muitos ficaram surpresos com a velocidade com que a água subiu.

"Em 2016, já havíamos experimentado enchentes extremas, mas essas as superaram em muito. Estávamos prontos e tínhamos estruturas no local. Mas você nunca pode estar 100% preparado para esse tipo de evento", disse Uli Walsdorf, vice-chefe do Corpo de Bombeiros de Mayen.

Ortrud Meyer, uma educadora de 36 anos, também tenta drenar a água de seu porão, a atividade mais comum nas ruas de Mayen nesta quinta-feira.

Ela mora nesta localidade há 6 anos, sabe bem que a área é uma zona de inundação e, por isso, não guardava objetos de valor no porão.

"Estamos cientes do perigo, mas nunca vimos nada assim", destaca. "Meu padrasto tem quase 80 anos, é de Mayen e também nunca tinha passado por nada parecido", continua.

Os habitantes, porém, sabem que escaparam do pior. A menos de 50 quilômetros de suas casas, o distrito vizinho pagou um alto preço pela tempestade: 18 mortos e muitos desaparecidos.

No município de Schuld, também atravessado por um rio, várias casas foram destruídas e várias pessoas morreram. As chuvas devem continuar até sexta-feira.