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Alemanha: chuva derruba casas, deixa mais de 40 mortos e desaparecidos

Do UOL, em São Paulo*

15/07/2021 04h47Atualizada em 15/07/2021 15h01

Pelo menos 42 pessoas morreram, e mais de 50 estão desaparecidas, em função das fortes chuvas e inundações registradas no oeste da Alemanha, informou a polícia hoje.

Foram 18 mortes apenas na região vinícola de Ahrweilwer, no estado de Renânia-Palatinado, informou a polícia, depois de o rio Ahr, que deságua no Reno, transbordar e atingir seis casas.

Entre as vítimas estão dois bombeiros. Um morreu afogado após cair na água e outro em consequência de uma queda sofrida durante o trabalho de resgate.

Outras quatro pessoas morreram em Schuld, onde várias casas foram arrastadas pelas águas, relatou um porta-voz da polícia de Koblenz. A cidade fica na região mais populosa do país, Renânia do Norte-Vestfália, a área mais afetada pelas chuvas, que provocaram o aumento no volume de rios, inundaram estradas e arrancaram árvores.

Mais oito mortes foram registradas na região de Euskirchen, ao sul da cidade de Bonn. O número de vítimas fatais e feridos segue em atualização.

"A tormenta atingiu duramente nosso estado", disse a primeira-ministra de Renânia-Palatinado, Malu Dreyer, no Twitter.

"Estou preocupada com todos aqueles que estão em perigo", afirmou Dreyer, que agradeceu "a todos os voluntários, bombeiros e socorristas que lutam incansavelmente e com grande esforço contra as enchentes".

Os socorristas tentaram evacuar as pessoas que estavam nos telhados para se protegerem das chuvas, enquanto dois bombeiros morreram durante o trabalho de resgate nas cidades de Altena e Wedohl.

Os serviços de emergência abriram uma linha telefônica para coletar informações sobre os desaparecidos e pediram aos moradores que enviem vídeos e fotos que possam ajudá-los na busca.

As autoridades locais também pediram aos afetados que fiquem em casa e, se for possível, nos andares mais altos de seus edifícios.

Na localidade de Mayen, as ruas estavam inundadas. A polícia pediu aos moradores locais que enviem vídeos e fotos que possam fornecer pistas sobre seus entes queridos desaparecidos.

"Em 2016, já havíamos experimentado inundações extremas, mas essas são, de longe, muito piores", testemunhou Uli Walsdorf, subchefe dos bombeiros de Mayen.

A chanceler alemã Angela Merkel lamentou a tragédia nas redes sociais. "Estou chocada com esta catástrofe sofrida por tantas pessoas nas zonas inundadas. Minha solidariedade para com as famílias dos mortos e desaparecidos", tuitou o porta-voz Steffen Seibert, em nome de Merkel.

O Serviço Meteorológico Alemão (DWD, sigla em alemão) espera que as chuvas diminuam. "Ainda pode haver chuva forte em alguns lugares, mas não será tão generalizada como na noite passada", disse Markus Mannital, do DWD.

As inundações obrigaram o corte no serviço de energia elétrica em vários municípios para evitar curtos-circuitos e o transporte ferroviário na região também foi afetado.

Chuva afeta outros países da Europa ocidental

As fortes chuvas também afetaram cidades da Bélgica e Holanda.

Na Bélgica, foram registrados seis mortos e cerca de 10 casas desmoronaram em Pepinster depois que o rio Vesdre inundou a cidade do leste e os moradores foram retirados de mais de mil casas.

A chuva também causou transtornos graves no transporte público —os serviços de trem de alta velocidade Thalys, que levam à Alemanha, foram cancelados. A circulação no rio Meuse também está suspensa, já que a importante rota fluvial belga ameaça transbordar.

Já a Holanda teve inundações que danificaram muitas moradias em Limburg, uma província do sul onde várias casas de repouso foram esvaziadas.

Mudanças climáticas

A dois meses e meio das eleições gerais, vários candidatos, incluindo o conservador e favorito Armin Laschet, acusaram as mudanças climáticas de serem a causa dessas tempestades, particularmente violentas.

O ministro do Interior, Horst Seehofer, afirmou que o episódio "é uma tragédia cuja escala está longe de ser previsível"

"Esses eventos climáticos extremos são consequências das mudanças climáticas", acrescentou o conservador bávaro, para quem a Alemanha deve "se preparar muito melhor".

"Isso significa que devemos acelerar as medidas de proteção do clima - em nível europeu, nacional e global", acrescentou Laschet, que está à frente dos ambientalistas nas pesquisas.

O Exército alemão enviará 300 soldados para as regiões mais afetadas para participarem das operações de resgate.

*Com informações da AFP, Ansa e EFE