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Ortega acusa os EUA de tentarem 'boicotar' as eleições na Nicarágua

Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acusou os Estados Unidos de querer "boicotar" as eleições gerais de novembro - INTI OCON / AFP
Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acusou os Estados Unidos de querer "boicotar" as eleições gerais de novembro Imagem: INTI OCON / AFP

25/07/2021 20h02Atualizada em 25/07/2021 23h44

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acusou neste domingo (25) os Estados Unidos de querer "boicotar" as eleições gerais de novembro, enquanto a maioria dos potenciais candidatos da oposição estão presos sob a acusação de "minar a soberania" do país.

"O império não quer eleições na Nicarágua. O império quer boicotar, semear novamente o terrorismo em nosso país, mas se Deus quiser vamos fazer essas eleições" e "o povo vai sair para votar", disse Ortega, sem dar detalhes de sua denúncia, durante um ato em Manágua.

Segundo o presidente, as eleições de 7 de novembro "são mais um passo na batalha pela nossa segunda independência", aludindo ao suposto "domínio" dos Estados Unidos sobre os países da região após a colônia espanhola.

"Os ianques vieram e disseram 'América para os americanos' e começaram a dominar nossos países. E o país que não se deixava dominar, eles invadiram ou deram golpes", lembrou.

Afirmou que quando os candidatos de Washington não vencem uma eleição "fazem todo o possível para desestabilizar o país, como fizeram em Cuba, Venezuela, Bolívia e no, passado, o Brasil".

Sete candidatos à presidência da oposição estão presos pela justiça nicaraguense por "minar a independência, a soberania, a autodeterminação e incitar a intervenção estrangeira".

Entre os presos está Cristiana Chamorro, filha da ex-presidente Violeta Barrios de Chamorro (1990-1997), que aparecia nas pesquisas como a favorita para enfrentar uma candidatura quase certa à reeleição de Ortega, no poder desde 2007, após duas reeleições sucessivas.

Os partidários de Ortega presumem que Ortega, de 75 anos, buscará um quarto mandato consecutivo.

Seus opositores não poderão se registrar devido às denúncias feitas pelo Ministério Público, com base em uma polêmica lei, aprovada em dezembro passado, que pune com prisão aqueles que promovem ou aplaudem as sanções internacionais contra Manágua.

Mais de trinta funcionários e parentes de Ortega foram punidos por Washington por corrupção e violação dos direitos humanos desde 2018, quando o país foi abalado por fortes protestos, cuja repressão deixou mais de 300 mortos.

Ortega falou depois de comparecer, junto com sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, à seção eleitoral de sua casa em Manágua para confirmar se seus nomes constavam dos cadernos eleitorais.