ONU pede que jovens mantenham pressão sobre mudança climática
O secretário-geral da ONU incentivou, nesta quinta-feira (30), os jovens de todo o mundo a manterem a pressão sobre os governos para que "liderem com o exemplo e prestem contas" pelas suas políticas de combate à mudança climática.
"Os jovens estiveram na vanguarda para propor soluções positivas, exigindo justiça climática e respostas aos líderes. Precisamos que os jovens de todo o mundo continuem pedindo que escutem sua voz", afirmou Antonio Guterres em uma mensagem de vídeo transmitida a 400 jovens de todos os continentes reunidos em Milão (norte da Itália) para a cúpula Youth4Climate.
Para a ONU, um dos organizadores da conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP26) que acontecerá em novembro em Glasgow (Reino Unido), os jovens devem exigir "que os países desenvolvidos respeitem suas promessas de fornecer 100 bilhões de dólares para as políticas contra a mudança climática dos países em desenvolvimento".
Devem, igualmente, pressionar para "reduzir as emissões e limitar o aquecimento para + 1,5 ° C" e "se comprometer com a neutralidade do carbono até meados do século", acrescentou.
"A solidariedade e os pedidos de ação manifestados por vocês são um exemplo. Os líderes nacionais devem seguir seu exemplo", disse.
Os 400 jovens, de 15 a 29 anos, procedentes de cerca de 200 países, deverão apresentar um documento com sua visão sobre a emergência climática e as ações prioritárias a serem tomadas.
O documento será analisado posteriormente na reunião de ministros de cerca 40 países, que acontecerá até sábado em Milão, preparatória para a COP26.
"A crise climática representa um alerta vermelho para a humanidade", insistiu Antonio Guterres, repetindo as palavras que pronunciou quando foi publicado, em agosto, o último relatório sobre o clima dos especialistas da ONU, o IPCC.
O IPCC alertou para o risco de alcançar o limite de + 1,5 ° C de aquecimento por volta de 2030, dez anos antes do estimado.
"Como sempre, os mais pobres e vulneráveis serão os mais afetados", destacou o secretário-geral da ONU.
"As possibilidades de atuarmos para prevenir os piores impactos da crise climática estão diminuindo rapidamente. Sabemos o que temos que fazer e temos as ferramentas para isso", reconheceu.
Segundo os especialistas, limitar o aquecimento global a 1,5°C exigirá transições "rápidas e profundas" na terra, na energia, indústria, nos edifícios, no transporte e nas cidades.
"As emissões líquidas mundiais de CO2 de origem humana precisariam ser reduzidas em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010 e continuar diminuindo até alcançarem o 'zero líquido', aproximadamente em 2050", resume o relatório.
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