Panamá alerta para impacto da migração ilegal aos EUA em 2022
Washington, 20 Out 2021 (AFP) - O presidente do Panamá, Laurentino Cortizo, alertou nesta terça-feira (19) para o impacto da migração ilegal aos Estados Unidos em 2022, quando este país terá eleições de meio de mandato, pedindo um "diálogo franco" regional sem demora sobre o tema.
"Temos que nos sentar e falar com clareza", instou Cortizo na abertura da 25ª conferência anual da CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, durante um fórum com Thomas Shannon, diplomata americano com ampla trajetória na região.
"Se este tema não for atendido agora, vai continuar a nos afetar, mas o senhor sabe perfeitamente bem, como embaixador o senhor tem essa estatura política, o que este problema pode afetar dentro de um ano, especialmente nos Estados Unidos", disse o presidente panamenho.
Shannon, que foi vice-secretário de Estado para assuntos políticos de 2016 a 2018 após ocupar vários cargos de alto nível no Departamento de Estado e na Casa Branca, assentiu.
"Seu chamado ao diálogo é muito importante e tomara que tenha ressonância, especialmente em Washington", comentou.
Cortizo disse que o êxodo de migrantes sem documentos da América Latina e do Caribe para os Estados Unidos é um problema que envolve ao menos uma dúzia de países e, portanto, requer uma solução regional.
"Nestes fóruns há discursos muito bonitos, mas no fim nada substitui um diálogo franco", afirmou.
O presidente reforçou que este ano passaram pelo Panamá mais de 100.000 migrantes sem documentos e para o fim de 2021 estima-se um total de 150.000.
A selva de Darién, entre o Panamá e a Colômbia, se tornou um corredor para quem, da América do Sul, tenta cruzar a América Central e o México rumo aos Estados Unidos, o que é visto com preocupação por Washington.
Segundo o ministro panamenho de Segurança, Juan Pino, cerca de 107.000 pessoas, sobretudo haitianos, atravessaram esta mata virgem, um número quase equivalente ao acumulado nos últimos seis anos.
Os Estados Unidos terá eleições de meio de mandato em novembro de 2022, e a afluência recorde de migrantes ilegais em sua fronteira sul acertaria um duro golpe ao Partido Democrata, do presidente Joe Biden, segundo analistas.
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