Passagem do tufão Rai deixa 375 mortos nas Filipinas; há 56 desaparecidos
Pelo menos 375 pessoas morreram na passagem do Rai pelas Filipinas, um dos tufões mais letais a atingir o país nos últimos anos, enquanto prosseguem os esforços para levar alimentos e água às ilhas devastadas.
De acordo com a polícia, ao menos 500 pessoas ficaram feridas e 56 estão desaparecidas depois que o tufão varreu o sul e o centro do arquipélago.
A Cruz Vermelha filipina relatou um "desastre total" nas áreas costeiras atingidas pelo Rai, com casas, hospitais e escolas "destruídos".
Mais de 300.000 pessoas abandonaram suas casas e hotéis de praia. Várias áreas ficaram sem comunicação e sem energia elétrica, enquanto em outros lugares telhados foram arrancados, e postes de luz, derrubados.
"Nossa situação é desesperadora", declarou Ferry Asuncion, um vendedor ambulante da cidade de Surigao, devastada pela tempestade.
Arthur Yap, governador da ilha de Bohol, um popular destino turístico, informou que a localidade registrou 80 vítimas fatais.
Nas ilhas Dinagat, o porta-voz da delegação provincial, Jeffrey Crisostomo, disse à AFP que o balanço subiu para 10 mortes.
Com os números, o total de mortes registradas no país chega a 208, de acordo com dados oficiais que confirmam que o Rai foi um dos tufões mais violentos a atingir as Filipinas nos últimos anos.
Este balanço pode aumentar, à medida que as agências governamentais avaliem a dimensão do desastre.
O tufão Rai atingiu as Filipinas na quinta-feira (17) com ventos de 195 km/h. Milhares de policiais, militares, agentes da Guarda Costeira e bombeiros continuam mobilizados para ajudar nas buscas e resgates nas áreas atingidas.
No sábado, Rai se afastou, avançando pelo Mar da China Meridional e, no domingo, estava ao largo da costa do Vietnã, movendo-se para o norte.
Maquinário pesado, como retroescavadeiras e tratores, foi usado para ajudar a desobstruir estradas bloqueadas pela queda de postes e árvores.
Uma avaliação aérea dos danos ao norte de Bohol deixou "muito claro" que as pessoas sofreram muito em termos de casas destruídas e perdas agrícolas, disse Arthur Yap, governador de Bohol, um popular destino turístico. Ele declarou estado de emergência na ilha.
No encerramento de sua tradicional oração dominical do Ângelus, o papa Francisco expressou sua "proximidade com o povo das Filipinas", um país majoritariamente católico.
"Possa o santo Menino levar conforto e esperança às famílias com mais dificuldades", declarou, em referência ao Natal.
O tufão também causou destruição generalizada nas ilhas de Siargao, Dinagat e Mindanao.
Imagens aéreas distribuídas pelos militares mostraram os estragos na cidade de General Luna, em Siargao, onde estavam muitos surfistas e turistas antes das festas de fim de ano. Nas imagens, vê-se prédios sem telhado, e o chão, coberto de entulho.
No domingo, os turistas começaram a ser retirados.
Em Surigao, no norte de Mindanao, as ruas ficaram cobertas de vidros quebrados, chapas de aço dos telhados e linhas de transmissão elétrica.
Os ventos do Rai caíram para 150 km/h, enquanto ele avança pelo país em chuvas torrenciais, arrancando árvores e destruindo estruturas de madeira.
A governadora de Dinagat, Arlene Bag-ao, disse no sábado que os danos à ilha "são uma lembrança, igual ou pior", da destruição causada pelo supertufão Haiyan, em 2013.
Haiyan é o ciclone mais mortal já registrado nas Filipinas, com mais de 7.300 pessoas mortas, ou desaparecidas.
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