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Otan reforça defesa do leste da Europa com aviões e navios

2 jul. 2021 - Operação terrestre de soldados da Otan nas proximidades da Crimeia, na Ucrânia - Stringer\TASS via Getty Images
2 jul. 2021 - Operação terrestre de soldados da Otan nas proximidades da Crimeia, na Ucrânia Imagem: Stringer\TASS via Getty Images

24/01/2022 11h06

Os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) reforçaram a capacidade de defesa do flanco leste da Europa, com o envio de aviões e navios para contrabalançar a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, anunciou hoje a instituição.

Os países da aliança "estão pondo forças em estado de alerta e enviando navios e aviões de combate adicionais para deslocamentos da Otan no Leste Europeu, reforçando a dissuasão e a defesa", diz o comunicado.

"A Otan continuará tomando todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados, inclusive reforçando a parte oriental da aliança", afirmou seu secretário-geral, Jens Stoltenberg, na nota.

A organização destacou que a Espanha "está enviando navios para se juntarem às forças navais da Otan e está considerando enviar aviões de combate para a Bulgária", entre outras iniciativas.

"A Dinamarca enviará uma fragata para o Mar Báltico e mobilizará quatro caças F-16 para a Lituânia em apoio à missão de vigilância aérea da Otan na região", acrescentou a aliança militar.

Do mesmo modo, completa a nota divulgada, a França "manifestou sua disposição de enviar tropas para a Romênia sob o comando da Otan".

Enquanto isso, a Holanda enviará "dois caças F-35 para a Bulgária, a partir de abril, para apoiar as atividades de vigilância aérea da Otan na região e colocará um navio e unidades terrestres de prontidão para a Força de Resposta da Otan".

O principal aliado da organização, os Estados Unidos, "também deixou claro que planeja aumentar sua presença militar na zona leste da aliança", disse Stoltenberg.

Moscou reage

O Kremlin reagiu ao anúncio e acusou Otan e Estados Unidos de "exacerbarem" as tensões, enviando navios e aviões de combate para a Europa Oriental.

"As tensões se exacerbaram com os anúncios e as ações muito concretas por parte dos Estados Unidos e da Otan", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.

O porta-voz considerou "muito alto" o risco de uma ofensiva de Kiev contra separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

"As autoridades ucranianas concentram um número considerável de forças e meios na fronteira" dos territórios que descreveu como "repúblicas" e advertiu que essa situação "sugere a preparação de ações ofensivas".

"Tudo isso leva a uma situação, em que as tensões aumentam", insistiu Peskov, acrescentando que a existência de um "clima agressivo" na Europa é uma "realidade".

Nesta crise, que segue em escalada, os países ocidentais acusam a Rússia de enviar tanques, artilharia e cerca de 100 mil soldados para a fronteira com a Ucrânia, para se preparar para um ataque.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona a desescalada à assinatura de tratados que garantam a não expansão da Otan, em particular para a Ucrânia, assim como a retirada da Aliança Atlântica do Leste Europeu. Os ocidentais consideram tais demandas inaceitáveis.

Estados Unidos e União Europeia ameaçaram Moscou com "consequências em massa" se invadir a Ucrânia, embora chegar a um consenso sobre medidas duras entre os 27 membros do bloco europeu seja uma tarefa complexa.