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EUA acusam Moscou de produzir vídeos falsos para justificar ataque contra Ucrânia

21.jan.22 - Um poster do presidente da Rússia, Vladimir Putin, é usado como alvo na Ucrânia - Anatolii Stepanov/AFP
21.jan.22 - Um poster do presidente da Rússia, Vladimir Putin, é usado como alvo na Ucrânia Imagem: Anatolii Stepanov/AFP

03/02/2022 23h39Atualizada em 04/02/2022 06h57

Os Estados Unidos afirmaram nesta quinta-feira (3) ter provas de que Moscou planeja produzir vídeos falsos de um ataque de ucranianos a russos para que sirvam como desculpa para um ataque real a seu vizinho.

"Temos informações de que os russos provavelmente querem inventar um pretexto para uma invasão", disse John Kirby, porta-voz do Departamento de Defesa.

"Acreditamos que a Rússia poderia produzir vídeos de propaganda muito gráficos que incluiriam cadáveres, atores como enlutados e imagens de lugares destruídos" para justificar a invasão da Ucrânia, declarou ele a repórteres.

Acrescentou que Washington acredita que o governo russo planeja montar um suposto ataque das forças militares ou de inteligência da Ucrânia "contra o território soberano russo, ou contra a população de língua russa", cujos números são consideráveis em território ucraniano.

A manobra poderia dar a Moscou, que concentrou mais de 100 mil soldados e armamentos pesados na fronteira com a Ucrânia, uma desculpa para a invasão.

Questão de evidência

Nem Kirby, nem o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, que também comentou o suposto plano, deram evidências que sustentassem sua reivindicação.

Parte do plano consistiria em fazer com que o equipamento militar ucraniano usado no suposto ataque parecesse fornecido pelo Ocidente, denunciou Kirby, o que justificaria ainda mais as retaliações russas contra a Ucrânia.

"Já vimos esse tipo de atividade nos russos no passado e achamos importante que, quando vemos isso, possamos denunciá-lo", acrescentou Kirby.

Ele acredita que, com base na "experiência" do Departamento de Defesa, a maior parte de um plano dessa natureza teria sido aprovado nos "mais altos níveis do governo russo".

Price afirmou, por sua vez, que o suposto plano é "um em um número de opões que o governo russo está desenvolvendo como um falso pretexto para iniciar e potencialmente justificar a agressão militar contra a Ucrânia".

Ele acrescentou que os Estados Unidos desconhecem se a Rússia decidiu seguir adiante com o plano.

"A Rússia destacou que está disposta a continuar com as conversas diplomáticas como uma forma de desescalar, mas ações como estas sugerem o contrário", afirmou Price.

"Não vou revelar o que temos, mas deixarei para seu julgamento", comentou em declarações a jornalistas.

Perguntado mais tarde nesta quinta se os Estados Unidos jogariam lenha na fogueira, mandando mais tropas e ajuda, Kirby garantiu que Washington estava tentando tranquilizar seus aliados da Otan.

"Em primeiro lugar, continuamos com o fluxo de assistência em segurança para a Ucrânia para que possam se defender melhor contra esta ameaça", declarou Kirby em entrevista à emissora Fox News.

"E, em segundo lugar, e isto é realmente importante: para nos assegurarmos que estamos tranquilizando nossos aliados, aliados com os quais temos importantes compromissos na questão da segurança."