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Talibãs acusam EUA de 'decadência moral' após confisco bilionário do BC afegão

27.out.2021 - O ministro da Defesa do Talibã, Mohammad Yaqub - Reprodução/Twitter/@GhaziMedia3
27.out.2021 - O ministro da Defesa do Talibã, Mohammad Yaqub Imagem: Reprodução/Twitter/@GhaziMedia3

11/02/2022 16h20Atualizada em 11/02/2022 16h47

Cabul, 11 Fev 2022 (AFP) - Os talibãs classificaram como "roubo" a decisão dos Estados Unidos de confiscar sete bilhões de dólares em ativos do banco central do Afeganistão. Para os fundamentalistas islâmicos, a medida reflete a "decadência moral" dos EUA.

"O roubo e apreensão do dinheiro do povo afegão nas mãos dos Estados Unidos representa o nível mais baixo de decadência humana e moral de um país e de uma nação", tuitou nesta sexta-feira(11) o porta-voz do movimento, Mohammad Naeem.

O presidente Joe Biden assinou um decreto nesta sexta-feira permitindo que os Estados Unidos disponham dos sete bilhões de dólares do banco central do Afeganistão depositados em instituições financeiras americanas.

Em um movimento muito incomum em que os Estados Unidos se apoderam dos bens de outro estado, Biden também solicitou que metade desses fundos fosse reservada à indenização de parentes das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001.

Biden espera que a outra metade vá para ajuda humanitária ao Afeganistão, mas de forma que o dinheiro não caia nas mãos dos fundamentalistas islâmicos, no poder desde agosto.

Enquanto isso, em Genebra, uma delegação talibã prometeu garantir a proteção dos trabalhadores humanitários, incluindo as mulheres, além de permitir a educação no Afeganistão.

A declaração foi feita durante a visita desta delegação, composta por cerca de dez talibãs e chefiada pelo ministro da Saúde, Qalander Ebad, à cidade suíça, onde se reúne desde segunda-feira com autoridades, organizações internacionais e ONGs.