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'É hora de desativar crise' entre Rússia e Ocidente, diz chefe da ONU

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres - Michael Sohn/Pool/AFP
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres Imagem: Michael Sohn/Pool/AFP

14/02/2022 19h02

Nações Unidas, Estados Unidos, 14 Fev 2022 (AFP) - O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta segunda-feira (14), que "é hora de desativar" a crise entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia, tanto no terreno quanto pela via diplomática, respeitando a Carta das Nações Unidas.

Guterres, que se disse "profundamente preocupado" com o agravamento das tensões e a "especulação" sobre um possível conflito militar na Europa, pediu que se abandone "a retórica incendiária" em declaração à imprensa na sede das Nações Unidas.

Guterres conversou por telefone nesta segunda-feira com os ministros das Relações Exteriores de Rússia e Ucrânia.

"Simplesmente não podemos aceitar sequer a possibilidade de um confronto tão desastroso", disse, ao destacar que "não há alternativa à diplomacia".

O secretário-geral da ONU, que não respondeu perguntas, pediu à Rússia, sem citá-la, "o pleno respeito" à Carta das Nações Unidas, que exige que seus membros se abstenham de "ameaçar ou usar a força contra a integridade territorial ou a independência política de um Estado".

"Abandonar a diplomacia em benefício do confronto não é superar uma linha, é pular no abismo", alertou, pedindo às partes envolvidas na crise que resolvam suas diferenças por "meios pacíficos".

Mais cedo, seu porta-voz, Stéphane Dujarric, havia dito que Guterres mantém a convicção de que não haverá intervenção militar na Ucrânia.

"Não acho que sua opinião tenha mudado em nada", afirmou.

Em entrevista coletiva em 21 de janeiro, Guterres disse que, em sua opinião, "não deve haver intervenção militar".

"Estou convencido de que isso não vai acontecer" e "eu realmente espero estar certo", acrescentou.

O porta-voz da ONU disse que a organização tem 1.661 funcionários na Ucrânia, incluindo 1.441 cidadãos ucranianos e 220 estrangeiros.

"Não há planos para a evacuação ou redistribuição de pessoal da ONU", enfatizou, apesar de vários países terem pedido a seus cidadãos que deixem o país por medo de uma invasão russa.

O Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião na quinta-feira sobre a Ucrânia e a implementação dos acordos de Minsk alcançados em 2014 e 2015 para pacificar o leste do país.