Ucrânia centraliza há meses as tensões entre Rússia e Ocidente; entenda
As tensões sobre a Ucrânia se aprofundaram nos últimos meses, devido a acusações dos países ocidentais de que Moscou prepara uma invasão ao vizinho.
Ucrânia e Rússia se enfrentam desde que o governo russo anexou a península da Crimeia, em 2014. Os vínculos pioraram com o conflito no leste da Ucrânia, onde a Rússia é acusada de apoiar os separatistas, o que o Kremlin nega.
Medo de uma ofensiva
Em 10 de novembro de 2021, os Estados Unidos pedem explicações à Rússia após detectar movimentos "incomuns" de tropas na fronteira com a Ucrânia. Em abril, assegura, Moscou já tinha concentrado cerca de 100 mil militares na fronteira.
O presidente russo, Vladimir Putin, acusa os ocidentais de exacerbar as tensões entregando armamento moderno à Ucrânia e realizando "exercícios militares provocadores" no Mar Negro e perto de suas fronteiras.
Em 28 de novembro, a Ucrânia diz que a Rússia tem 92 mil soldados concentrados em suas fronteiras.
Moscou acusa a Ucrânia de enviar tropas para o leste do país.
Cúpula virtual Biden-Putin
Em 7 de dezembro, o presidente americano, Joe Biden, ameaça Putin com "graves sanções" econômicas se invadir a Ucrânia, em uma cúpula bilateral virtual.
O presidente russo exige "garantias jurídicas" de que a Ucrânia não vai aderir à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Moscou apresenta esboços de tratados para proibir qualquer ampliação da Otan e o estabelecimento de bases militares americanas em países da antiga União Soviética.
Profundas "divergências"
Em 10 de janeiro de 2022, russos e americanos iniciam negociações tensas em Genebra.
No dia 12, a Otan e a Rússia constatam suas profundas "divergências sobre a segurança na Europa", ao final de um conselho bilateral em Bruxelas.
Em 18 de janeiro, a Rússia começa a mobilizar soldados em Belarus.
Washington anuncia uma ajuda de US$ 200 milhões adicionais na área da segurança para a Ucrânia.
Forças em alerta
Em 21 de janeiro, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, e seu contraparte russo, Serguei Lavrov, reúnem-se em Genebra.
No dia 24, a Otan anuncia que está pronta para reforçar suas defesas no leste europeu, enviando tropas, navios e aviões de combate. Washington põe 8.500 militares de prontidão.
Após ter acusado os Estados Unidos de exacerbar as tensões, Moscou inicia novas manobras militares perto da Ucrânia e na Crimeia.
O "não" a Moscou
No dia 26, os Estados Unidos rejeitam as reivindicações da Rússia, mas propõem buscar uma "via diplomática séria".
Emissários de Rússia e Ucrânia se reúnem em Paris com negociadores de França e Alemanha para tentar reativar o processo de paz no leste da Ucrânia.
China apoia a Rússia
Em 27 de janeiro, o governo chinês considera "razoáveis" as preocupações da Rússia com sua segurança.
Em 2 de fevereiro, Washington envia 3 mil soldados adicionais ao leste europeu para defender os países da Otan.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se oferece a sediar uma cúpula entre Rússia e Ucrânia em seu território.
Putin, disposto a "compromissos"
Em 7 de fevereiro, Putin se declara disposto a adotar "compromissos" após um cara a cara no Kremlin com o presidente francês, Emmanuel Macron, cujo país ocupa a presidência semestral da UE (União Europeia).
A UE convida a Rússia a diálogos sobre a segurança no âmbito da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa).
Manobras em Belarus
Em 10 de fevereiro, os exércitos russo e bielorrusso empreendem manobras de envergadura em Belarus por dez dias.
Biden insta os americanos a deixarem a Ucrânia "agora".
Risco de guerra na Europa
Em 11 de fevereiro, a Otan insiste no "risco real de um novo conflito armado" na Europa. Vários países pedem que seus concidadãos deixem a Ucrânia o mais rapidamente possível.
Para o Kremlin, as discussões realizadas entre Rússia, Ucrânia, Alemanha e França na véspera, em Berlim, não aportam "nenhum resultado".
Os Estados Unidos afirmam que uma invasão russa da Ucrânia poderia ocorrer "a qualquer momento" e decidem enviar 3.000 soldados adicionais à Polônia.
Múltiplos telefonemas
Em 12 de fevereiro, a Ucrânia afirma que as advertências dos Estados Unidos sobre uma invasão russa atiçam "o pânico".
Moscou, que realizou novas manobras navais no Mar Negro, anuncia que vai reduzir seu pessoal diplomático em Kiev.
Putin tacha de "especulação provocadora" as especulações contra a Rússia em telefonema com Macron, que reitera que os ocidentais estão "decididos a reagir" em caso de agressão.
Em outra conversa telefônica, Joe Biden adverte Putin que um ataque da Rússia contra a Ucrânia terá "custos rápidos e severos". O assessor diplomático de Putin critica o "auge" da "histeria" norte-americana sobre a situação em torno da Ucrânia.
"Diálogo" ou "precipício"
Em 14 de fevereiro, o governo dos Estados Unidos decide transferir a embaixada de Kiev para Lviv, na região oeste do país.
Boris Johnson pede a Vladimir Putin que se afaste do "precipício" por considerar possível uma invasão russa em "48 horas".
Serguei Lavrov propõe a Putin "prolongar e ampliar" o diálogo com os ocidentais, ao afirmar que existe "uma oportunidade" de alcançar um compromisso.
Rússia anuncia início de retirada
No dia 15 de fevereiro, o Kremlin confirma o início de uma retirada das tropas russas mobilizadas na fronteira com a Ucrânia.
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