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Guerra da Rússia-Ucrânia

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ONU: 1 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa

Milhares de ucranianos seguem tentando atravessar a fronteira com a Polônia, país que mais recebeu refugiados - Wojtek Radwanski/AFP
Milhares de ucranianos seguem tentando atravessar a fronteira com a Polônia, país que mais recebeu refugiados Imagem: Wojtek Radwanski/AFP

Colaboração para o UOL, em São Paulo *

02/03/2022 09h02Atualizada em 03/03/2022 06h01

Um milhão de pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos desde que a Rússia iniciou a invasão, há uma semana, informou hoje o Alto-Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi.

Com mais de 40 anos de experiência em trabalhos humanitários, o italiano qualificou a situação de "êxodo" e admite que esse é um dos movimentos mais rápidos de pessoas que ele já viu. "Em apenas sete dias, vimos o êxodo de um milhão de refugiados da Ucrânia para países vizinhos", tuitou Grandi.

"Para milhões de outros, dentro da Ucrânia, é hora das armas caírem para que a assistência humanitária possa alcançar e salvar vidas", acrescentou.

A maioria dos refugiados deixa a Ucrânia em direção à Polônia. Hungria, Eslováquia e a própria Rússia, também recebem as pessoas.

Ontem, a ONU calculava o número de refugiados vindos da Ucrânia em 677 mil.

A ONU espera que o fluxo de refugiados partindo da Ucrânia se intensifique, já que o exército russo começar a concentrar ataques contra as grandes cidades do país.

"A cada hora, minuto a minuto, mais pessoas estão fugindo da terrível realidade da violência. Inúmeras pessoas foram deslocadas dentro do país", disse Grandi.

A invasão russa começou há exata uma semana e acontece em meio à disputa por influência entre Moscou e as potências ocidentais no Leste Europeu. "E, a menos que haja um fim imediato do conflito, é provável que milhões a mais sejam forçados a fugir da Ucrânia", alertou o Alto-Comissário.

"Dentro da Ucrânia, nosso pessoal - e outros humanitários - estão trabalhando onde e quando podem, em condições assustadoras. Nosso pessoal permanece, mesmo correndo grande risco, porque sabemos que as necessidades no país são enormes", explicou Filippo Grandi.

Segundo ele, a ajuda internacional tem ocorrido. Mas corre o risco de não ser suficiente. "A solidariedade tem sido muito gratificante. Mas nada - nada - pode substituir a necessidade de que as armas sejam silenciadas; de que o diálogo e a diplomacia sejam bem-sucedidos. A paz é a única maneira de frear esta tragédia", completou.

Outra preocupação da ONU é de que, com uma crise no coração da Europa, o resultado seja o desvio de verbas de doadores de crises em todo o mundo para atender aos refugiados ucranianos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, é contra uma eventual adesão da Ucrânia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada na Guerra Fria para frear qualquer tipo de avanço por parte da União Soviética.

Já os Estados Unidos e a União Europeia acusam Putin de querer derrubar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para instalar um governo fantoche em Kiev.

A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014 e, recentemente, reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.

* Com informações da AFP e da Ansa, em Genebra (Suíça)