Senador dos Estados Unidos pede que 'alguém na Rússia' assassine Putin
O veterano senador americano Lindsey Graham pediu em uma entrevista exibida na quinta-feira na televisão que "alguém na Rússia" assassine o presidente Vladimir Putin após a invasão da Ucrânia, prestando "um grande serviço" a seu país e ao resto do mundo - declarações que o governo russo considerou "inaceitáveis e ultrajantes".
Graham, um membro republicano do Congresso dos EUA há mais de 20 anos e em algumas ocasiões um aliado próximo do ex-presidente Donald Trump, falou sobre o conflito ucraniano em uma entrevista na televisão na noite de quinta-feira.
"Como isto acaba? Alguém na Rússia deve levantar... E acabar com este cara", afirmou o senador pela Carolina do Sul ao canal conservador Fox News, em declarações ao apresentador Sean Hannity.
Depois ele repetiu a mensagem em uma série de tuítes, ao afirmar que "as únicas pessoas que podem consertar isso são os russos".
"Existe um Brutus na Rússia?", questionou, em referência a um dos assassinos do imperador romano Júlio César.
O senador, que foi pré-candidato presidencial pelo Partido Republicano em 2016, também questionou se existe um "coronel Stauffenberg mais bem sucedido" no exército russo, em referência ao oficial alemão que tentou matar Adolf Hitler em 1944.
"Você estaria prestando ao seu país - e ao mundo - um grande serviço", acrescentou.
Graham havia apresentado na quinta-feira uma resolução condenando Putin e seus comandantes militares por cometerem "crimes de guerra" e "crimes contra a humanidade".
O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, criticou os comentários de Graham como "inaceitáveis e ultrajantes".
Ele denunciou o que considerou um ódio "desproporcional" à Rússia nos Estados Unidos e exigiu "explicações oficiais e uma forte condenação às declarações criminosas".
"É impossível acreditar que um senador de um país que promove seus valores morais como uma 'estrela guia' para toda a humanidade possa se dar ao luxo de chamar o terrorismo como forma de alcançar os objetivos de Washington na arena internacional", disse ele a jornalistas, conforme publicado na página da embaixada no Facebook.
A Casa Branca negou que esta seja a posição do governo americano.
"Não estamos defendendo matar o líder de um país estrangeiro ou a mudança de regime. Essa não é a política dos Estados Unidos", disse a jornalistas a porta-voz de Biden, Jen Psaki, enfatizando a necessidade de apostar em uma saída diplomática para a crise.
A Ucrânia diz que pelo menos 350 civis foram mortos desde que Putin lançou a invasão na semana passada e mais de 1,2 milhão fugiram do país.
Moscou diz que não tem como alvo civis, apesar das evidências de que as forças russas estão bombardeando áreas civis nas cidades enquanto avançam pela Ucrânia.
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