Mesquita é bombardeada em Mariupol; hospital foi atingido em Mykolaiv
Uma mesquita que abrigava 80 civis, incluindo turcos, foi bombardeada ontem em Mariupol, cidade portuária no sudeste da Ucrânia, cercada há dias pelas tropas russas. Não há informações sobre mortos e feridos.
Além disso, um hospital em Mykolaiv, também no litoral do sul da Ucrânia, foi atingido na sexta-feira.
"A mesquita do sultão Suleiman, o Magnífico, e sua esposa Roxolana, em Mariupol, foi bombardeada pelos invasores russos", disse o Ministério das Relações Exteriores ucraniano no Twitter, neste sábado.
"Mais de 80 adultos e crianças estão se refugiando lá, incluindo cidadãos turcos", acrescentou.
Em 7 de março, o consulado turco em Odessa, um importante porto no sul da Ucrânia, havia pedido aos cidadãos turcos em Mariupol que se refugiassem na mesquita atacada, "com o objetivo de evacuar nosso país". Após o anúncio do bombardeio, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia disse que "não tinha informações".
A cidade de Mariupol sofre um cerco devastador. Os habitantes, entrincheirados em porões, estão isolados, sem água, gás ou eletricidade e até brigam para conseguir comida. É uma situação "quase desesperadora", alertou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), na sexta-feira.
"Mariupol é agora a pior catástrofe humanitária do planeta", com "1.582 civis mortos em 12 dias", disse ontem o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.
Um hospital infantil e uma maternidade foram atacados na quarta-feira, matando três pessoas e ferindo muitas outras, provocando protestos internacionais.
Nesse contexto, uma nova tentativa de estabelecer um corredor de evacuação está planejada para permitir que os civis deixem a cidade em direção a Zaporizhzhia, cerca de 200 quilômetros a noroeste, segundo a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk.
Bombardeios atingem hospital em Mykolaiv
A cidade portuária de Mykolaiv também foi bombardeada na noite ontem, com fogo atingindo um centro de tratamento de câncer e um hospital oftalmológico, informou um jornalista da AFP.
As janelas do centro de câncer recém-reformado, onde os pacientes recebem quimioterapia, foram quebradas. Os impactos dos projéteis podiam ser vistos nas portas.
"Atiraram em áreas civis, sem alvos militares. Aqui há um hospital, um orfanato, um centro oftalmológico", disse Dmytro Lagotshev, chefe do hospital.
No momento do ataque, não havia pacientes ou cuidadores no centro de câncer. Mas o hospital oftalmológico tinha um número ainda não informado de pacientes.
"Passamos a noite inteira no porão, tudo estava tremendo, os pacientes estavam apavorados", disse a diretora da unidade, Kasimira Rilkova.
Os moradores do bairro de Ingulski, localizado ao norte da cidade e onde ficam os locais atingidos, estão sem aquecimento e sendo forçados a evacuar.
Rotas de fuga
Há dias, os ucranianos alegam que o exército russo está bombardeando a rota de evacuação de civis.
Os corredores humanitários ao redor de Kiev, capital da Ucrânia, devem ser reabertos para evacuar a população das cidades a noroeste da capital ucraniana.
"Espero que o dia corra bem, que as rotas planejadas sejam abertas e que a Rússia respeite suas obrigações em relação ao cessar-fogo", disse a vice-primeira-ministra Vereshchuk, em um vídeo divulgado pela presidência ucraniana.
Enquanto o exército russo continua avançando e se posicionando em torno de Kiev, os ataques atingiram a cidade de Vasylkiv, cerca de 40 quilômetros ao sul da capital, na manhã de sábado.
Oito foguetes russos atingiram o aeroporto local por volta das 7h (horário local, 2h em Brasília), que foi "completamente destruído", disse a prefeita Natalia Balassinovich em sua conta no Facebook. Um armazém de petróleo também foi atingido e pegou fogo, acrescentou.
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