EUA pedem 'que todas as partes se abstenham da violência' no Equador
Os Estados Unidos pedem que "todas as partes se abstenham da violência" no Equador, depois de dez dias de protestos que deixaram mortos, feridos e desaparecidos, afirmou o chefe da diplomacia para a América Latina e o Caribe, Brian Nichols.
"Apoiamos os esforços para encontrar uma solução pacífica e negociada aos protestos no Equador e fazemos um apelo a todas as partes para que se abstenham da violência", destacou Nichols em um tuíte.
Os protestos contra o governo começaram em 13 de junho, impulsionados pela poderosa Confederação das Nacionalidades Indígenas (Conaie), a principal organização indígena do país, contra o aumento geral dos preços, principalmente dos combustíveis.
Cerca de 10.000 indígenas chegaram a Quito para exigir ao governo do presidente conservador Guillermo Lasso que reduza os preços, levante o estado de exceção em seis províncias do país e "desmilitarize" um parque da capital onde tradicionalmente os indígenas se reúnem, agora sob controle das forças de segurança.
Lasso, que assumiu o poder em maio de 2021, considera que eles pressionam para derrubá-lo do poder.
Em seu tuíte, Nichols se mostrou conciliador com os dois lados. "É preciso respeitar o direito à manifestação pacífica, assim como o direito dos cidadãos à segurança, à liberdade de circulação e aos serviços básicos", afirmou.
A situação no Equador é de extrema tensão.
Na terça-feira, um ataque a instalações policiais em Puyo, na Amazônia equatoriana, deixou um morto e seis uniformizados gravemente feridos, disse o ministério do Interior, que também registrou 18 policiais "desaparecidos" e outros três "detidos" por indígenas.
A Aliança de Organizações dos Direitos Humanos informou dois mortos, ao menos 90 feridos e 87 detidos, enquanto a polícia comunicou por sua vez 101 agentes e militares feridos, outros 27 detidos temporariamente por manifestantes e 80 civis presos.
A Conaie já liderou várias manifestações que levaram à queda consecutiva de três presidentes entre 1997 e 2005. Em 2019, uma nova onda de manifestações pelo aumento dos preços dos combustíveis deixou 11 mortos e milhares de feridos em confrontos com a polícia.
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