Ativistas de extrema direita são condenados por invasão ao Capitólio
Quatro ativistas do grupo de extrema direita Oath Keepers foram declarados culpados de sedição, nesta segunda-feira (23), pela participação no ataque de 6 de janeiro de 2021 contra o Capitólio dos Estados Unidos.
Pelo ataque, mais de 950 apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump foram presos e acusados de provocar o caos na sede da democracia americana.
Entre eles, somente 14 ativistas de grupos de extrema direita -nove membros do Oath Keepers e cinco do Proud Boys- foram acusados de "sedição", que pode resultar em até 20 anos de prisão pelo uso da força em oposição ao governo. Neste caso, eles tentavam impedir a certificação no Congresso da vitória do presidente democrata Joe Biden sobre Donald Trump nas eleições de novembro de 2020.
Por falta de espaço na corte federal de Washington, a justiça organizou o julgamento dos Oath Keepers, acusados de terem treinado e se armado para a ocasião, em duas etapas.
Um primeiro julgamento foi concluído no final de novembro com um veredicto atenuado: o fundador desta milícia, Stewart Rhodes, e um funcionário local foram considerados culpados de sedição, mas os três corréus foram absolvidos desta acusação.
Na segunda-feira, ao final do segundo julgamento, os jurados consideraram culpados os últimos quatro Oath Keepers, homens entre 38 e 64 anos descritos como perigosos "traidores" pela promotoria, mas como "exibicionistas" por seus advogados. Eles são Roberto Minuta, Joseph Hackett, David Moerschel e Edward Vallejo.
O julgamento dos Proud Boys, incluindo seu líder Enrique Tarrio, começou em dezembro e continuava nesta segunda-feira no mesmo tribunal.
Em outra audiência judicial, em Washington, Richard Barnett, o americano que ficou famoso por invadir o gabinete e sentar na cadeira da então presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, durante o ataque, foi considerado culpado de causar desordem no Congresso e outros crimes.
Após breve deliberação, os jurados concluíram também que Barnett, 62, é culpado de, entre outras coisas, obstruir o processo oficial, roubo e invasão de um prédio oficial com uma arma perigosa, um bastão capaz de emitir choques elétricos.
Em 6 de janeiro de 2021, a AFP o fotografou no gabinete de Nancy Pelosi, com os pés sobre a mesa da presidente da Câmara. A fotografia rodou o mundo e permitiu que a polícia o identificasse e prendesse rapidamente.
De acordo com a acusação, esse apoiador do movimento de conspiração Qanon deixou uma mensagem ofensiva à democrata e roubou um envelope que ela havia assinado.
Durante o julgamento, Barnett se defendeu alegando que a multidão "o empurrou para dentro" do Capitólio.
A sentença será proferida em maio e ele permanecerá em prisão domiciliar com pulseira eletrônica enquanto isso.
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