Xi se reunirá com Putin em sua primeira visita à Rússia desde a invasão da Ucrânia
O presidente chinês, Xi Jinping, visitará Moscou na próxima semana para discutir uma "cooperação estratégica" com seu homólogo e aliado russo, Vladimir Putin, pouco mais de um ano após o início da invasão russa da Ucrânia.
O líder chinês estará na Rússia de segunda-feira a quarta-feira, anunciaram nesta sexta-feira (17) o ministério das Relações Exteriores da China e o Kremlin.
Xi visitou a Rússia pela última vez em 2019. Putin compareceu no ano passado à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. Os dois chefes de Estado também se encontraram em uma reunião regional de segurança em setembro do ano passado no Uzbequistão.
O Kremlin anunciou que o presidente russo convidou Xi para um almoço individual na segunda-feira, antes de conversas mais formais no dia seguinte.
Na segunda-feira, "será uma conversa individual, haverá um almoço informal. E a partir de (terça-feira) 21 de março haverá um dia de negociações", disse o porta-voz presidencial russo Dmitri Peskov, questionado sobre a agenda do encontro entre Putin e Xi.
O ministério das Relações Exteriores da China disse que a visita de Xi é uma "visita pela paz" destinada a "praticar o multilateralismo (...) melhorar a governança global e contribuir para o desenvolvimento e progresso do mundo".
"A China enfatizará sua posição justa e objetiva sobre a crise ucraniana e desempenhará um papel construtivo na promoção das negociações de paz", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em entrevista coletiva.
O Kremlin disse, por sua vez, que os dois presidentes conversarão sobre como aprofundar sua "cooperação estratégica".
Xi e Putin discutirão "o aprofundamento da parceria abrangente e da cooperação estratégica entre Rússia e China", especialmente "no cenário internacional", explicou o Kremlin em nota, acrescentando que "importantes documentos bilaterais serão assinados".
A visita de Xi ocorrerá quase 13 meses após o início da invasão russa da Ucrânia, que isolou Moscou internacionalmente.
A China não condenou a invasão e tentou se apresentar como um Estado neutro na disputa. Sua posição foi criticada por líderes ocidentais, que acreditam que a potência asiática fornece cobertura diplomática a Moscou.
Os Estados Unidos acusaram a China de considerar a entrega de armas à Rússia, o que Pequim negou veementemente.
Em um documento de 12 pontos divulgado no mês passado sobre a guerra na Ucrânia, a China pediu diálogo e respeito pela integridade territorial de todos os países.
Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, insistiu numa conversa telefônica com o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, que Kiev e Moscou devem iniciar negociações de paz "o mais rápido possível".
Kuleba disse que nessa conversa abordaram "a importância do princípio da integridade territorial", mas não deu mais detalhes.
China e Rússia têm reforçado a sua colaboração nos últimos anos a nível econômico, militar e político, numa relação, dizem, "sem limites".
De qualquer forma, o apelo chinês à paz parece longe de se concretizar. O Kremlin prometeu nesta sexta-feira que os caças MiG-29 que a Polônia e a Eslováquia entregarão à Ucrânia serão "destruídos" e denunciou o "envolvimento crescente" dos países da Otan no conflito com Kiev.
sbr/pz/avl/es/aa
© Agence France-Presse
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