Presidente da Câmara de Representantes dos EUA apoia investigação para depor Biden

O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano Kevin McCarthy, cedeu à pressão da ala de extrema direita do partido, nesta terça-feira (12), e deu seu aval à abertura de uma investigação para o impeachment do presidente Joe Biden. 

"Estou instruindo nosso comitê da Câmara a abrir um inquérito formal de impeachment", declarou McCarthy, afirmando que o presidente democrata mentiu para o povo americano sobre os negócios de seu filho, Hunter, no exterior.

Para a Casa Branca, este processo é "política extrema em sua pior versão".

- Cultura da corrupção -

A Constituição dos Estados Unidos prevê que o Congresso pode destituir o presidente em caso de "traição, suborno e outros crimes e delitos graves". 

Os republicanos da Câmara, que detêm maioria na Casa desde janeiro, estão conduzindo uma série de investigações parlamentares sobre os assuntos de Hunter Biden, o filho mais novo do presidente. 

Os legisladores republicanos dizem ter "identificado acusações sérias e críveis sobre a conduta do presidente Biden", declarou McCarthy, acusando o democrata de alimentar uma "cultura de corrupção". 

Segundo ele, o presidente "mentiu para o povo americano sobre o que sabia a respeito dos negócios de sua família no exterior".

Neste momento, esta investigação não tem praticamente qualquer possibilidade de levar ao impeachment de Biden, já que os democratas têm a maioria das cadeiras do Senado, a câmara encarregada de julgar os presidentes.

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- Hunter, o filho problemático -

Hunter Biden, um ex-empresário de 53 anos, virou o alvo preferido da direita americana. 

Ele é acusado, em particular, de ter realizado acordos questionáveis na Ucrânia e na China, enquanto Joe Biden era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017), aproveitando os contatos e o nome de seu pai.

Publicamente, Biden sempre apoiou o filho, que tem um histórico de dependência de drogas e problemas com a Justiça.

A abertura de um procedimento de '"impeachment" é pedida há meses pela ala trumpista do Partido Republicano, com a qual McCarthy precisou fazer muitos acordos para chegar ao poder, em janeiro.

No entanto, vários republicanos moderados se opõem a esta investigação, porque temem que o procedimento se transforme em um exercício puramente partidário. 

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A investigação será dirigida por James Comer, presidente do Comitê de Investigação da Câmara, e por Jim Jordan, chefe do Comitê de Justiça. Ambos são aliados políticos de McCarthy.

- Johnson, Clinton e Trump -

Para os democratas, estes esforços da direita não são mais que cortinas de fumaça para ocultar os problemas legais de Donald Trump, acusado quatro vezes em menos de seis meses. 

A Casa Branca refutou as declarações de McCarthy. 

"A Câmara dos Representantes investigou o presidente por nove meses e não encontrou nenhuma prova de irregularidades", disse Ian Sams, porta-voz do governo, na rede social X (antigo Twitter).

O pedido de um processo de julgamento político é "política extrema em sua pior versão", afirmou.

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Nenhum presidente foi destituído em um julgamento político na história dos Estados Unidos. 

Três foram acusados: Andrew Johnson em 1868, Bill Clinton em 1998 e Trump em 2019 e 2021. Todos foram absolvidos. 

Richard Nixon preferiu renunciar em 1974 para evitar uma destituição certa por parte do Congresso, devido ao escândalo Watergate.

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© Agence France-Presse

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