Operação deve prender 53 PMs e 7 policiais civis no Rio por cobrar propina

Marcelo Gomes

Agentes da SSINTE (Subsecretaria de Inteligência) da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro realizam, nesta terça-feira (30), a Operação Compadre, com objetivo de cumprir 78 mandados de prisão (entre eles 53 contra policiais militares e sete contra policiais civis) e outros 78 mandados de busca e apreensão. Os denunciados são acusados dos crimes de formação de quadrilha, concussão e roubo.

A partir das investigações da SSINTE e da Corregedoria da Polícia Militar, que duraram seis meses, foi constatado o envolvimento de policiais civis e militares na cobrança de propina de camelôs e mototaxistas ilegais nos bairros de Honório Gurgel, na zona norte, e Bangu, na zona oeste.

Segundo as investigações, os réus exigiam de camelôs e mototaxistas, por meio de ameaças com armas, determinadas quantias de dinheiro: os comerciantes que trabalhavam com mercadorias "pirateadas" (DVDs, aparelhos eletrônicos, telefones celulares, roupas e relógios usados) eram coagidos a pagar R$ 70, divididos em duas parcelas de R$ 35 cobradas todas as quartas e quintas-feiras; já dos vendedores de mercadorias lícitas era cobrada a quantia de R$ 5, sempre às sextas e sábados. Além disso, mercadorias apreendidas de forma irregular eram revendidas a outros feirantes.

Relembre: Corregedoria flagra PMs pedindo propina em blitz no RJ

Em flagrantes feitos pelas equipes de Inteligência da Secretaria de Segurança foi detectado ainda que um homem, que se passava por policial civil, e policiais militares repartiam o dinheiro recolhido com duas viaturas que costumavam parar sistematicamente para recolher a propina. Passou-se então a se investigar um esquema de corrupção envolvendo policiais do 14º BPM (Bangu), da 34ª DP (Bangu) e da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM).

Durante a apuração da denúncia, mototaxistas revelaram não possuir carteira nacional de habilitação e não trafegar de acordo com as leis de trânsito. Foi identificado que muitos mototaxistas faziam ainda o transporte de drogas para usuários. Com a propina paga aos policiais, as irregularidades não eram combatidas.As corregedorias das polícias Civil e Militar já instauraram procedimentos investigativos. Desde 2008, mais 1.400 policiais civis e militares foram expulsos das corporações.

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