Para Alckmin, atos de protesto foram absurdos
Em São Paulo
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta sexta-feira (7) que a manifestação ocorrida na noite dessa quinta-feira (6) contra o aumento das tarifas de transporte coletivo --que culminou em depredações na avenida Paulista e estações do Metrô-- foi "absurda".
"É preciso deixar claro que não é aceitável o que foi feito, é um absurdo sob todos os pontos de vista. Uma atitude totalmente absurda e a polícia tem que agir, a polícia não pode se omitir", afirmou o tucano após um evento no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi.
Questionado sobre suposta ação truculenta da Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar os manifestantes, Alckmin disse que haverá apuração. "A polícia sempre apura. Toda a ação da polícia é filmada. A própria polícia tem um sistema de acompanhamento. Ela tem expertise."
Ainda segundo o governador paulista, "é dever da polícia proteger a população" e o patrimônio público.
Na ação da polícia, 15 pessoas acabaram presas. Alckmin foi questionado, mas não respondeu se o preço da passagem do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) poderá um dia baixar em vez de subir. Essa é a reivindicação das pessoas que protestaram nas ruas do centro e na avenida Paulista.
No dia 2, a tarifa de metrô, trem e ônibus municipal de São Paulo subiu de R$ 3 para R$ 3,20. O aumento é considerado abusivo pelos manifestantes, que argumentam que os únicos beneficiados com o reajuste serão os empresários detentores das companhias privadas contratadas pela prefeitura para manter o serviço de ônibus da cidade. Para os passageiros, dizem, ainda restará um serviço desconfortável, com superlotação e atrasos dos coletivos.
Afif
Outro assunto tratado por Alckmin foi a viagem da comitiva brasileira rumo à França, na próxima semana, para defender a candidatura de São Paulo como sede da feira Expo 2020.
Alckmin disse que ainda não está definido se ele viajará --isso, apesar de faltarem poucos dias para o compromisso oficial. A ausência precisa ser publicada com antecedência no Diário Oficial do Estado. Se o tucano acompanhar a comitiva, assumirá por alguns dias o governo do Estado o vice Guilherme Afif Domingos(PSD), que no mês passado se tornou ministro da Micro e Pequena Empresa no governo federal.
O acúmulo dos dois cargos tem gerado discussões e polêmica em torno de sua legalidade, com deputados estaduais questionando a permanência de Afif como vice.