Topo

Minas Gerais lidera uso da água para irrigação no país

Em Sorocaba

05/03/2015 12h32

Estado que abriga as nascentes dos rios formadores do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de grande parte da Região Metropolitana de São Paulo, Minas Gerais tem a maior área irrigada com pivôs centrais no Brasil, aponta estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Produtores mineiros têm 5,5 mil pivôs instalados numa área de 336,4 mil hectares, segundo o estudo divulgado na quarta-feira (5).

Goiás, com 2.800 equipamentos em 210,7 mil hectares, e Bahia, com 2.700 pivôs em 192,2 mil hectares vêm a seguir. São Paulo, um dos Estados mais afetados pela crise hídrica em 2014, aparece em quarto lugar com 3.500 pivôs irrigando uma área de 168,6 mil hectares.

De acordo com a ANA, a irrigação é a atividade responsável por 72% do consumo de água no Brasil. O levantamento, com dados de 2013, identificou 18 mil pivôs centrais - a forma de irrigação mais usada no país - irrigando uma área de 1,18 milhão de hectares. A área é 32% maior que a identificada pelo Censo Agropecuário de 2006.

Ainda conforme o estudo, as maiores concentrações de pivôs estão nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Paranaíba, Grande e Paranapanema, que ficam em áreas densamente povoadas e com alto índice de industrialização, o que resulta num maior consumo de água. Considerando regiões hidrográficas, a do Paraná concentra quase 530 mil hectares e nela estão as bacias do Paranaíba, Grande e Paranapanema, enquanto a do São Francisco irriga 350 mil hectares.

Segundo a ANA, o estudo foi realizado levando em conta a crescente expansão da agricultura irrigada no Brasil, os conflitos pelo uso da água e a necessidade de ordenamento da atividade em bases econômicas e ambientais sustentáveis. Até o final deste ano, serão levantados os dados referentes a 2014.

Com o levantamento, que usou imagens de satélites, será possível aperfeiçoar as estimativas de demandas da água e elaborar novos planos de uso dos recursos hídricos. Os dados também podem ser cruzados com cadastros e outorgas, apontando o nível de regularização e fiscalização do uso das águas nas bacias.