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Onyx diz que discurso de posse será "papo reto" de "muita fé" na mudança

Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Marianna Holanda e Julia Lidner

Brasília

31/12/2018 17h59

Ao deixar a Granja do Torto, no final da tarde desta segunda-feira (31), o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, saiu do carro para abraçar e tirar selfies com os apoiadores do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que se aglomeravam nos portões da Granja, e antecipou um pouco do discurso da posse, marcada para amanhã.

Onyx contou que já terminaram de revisar o texto, que será lido na Câmara amanhã à tarde. "Vai ser um discurso de muita fé num Brasil que vai mudar com muita humildade, como é do jeito dele. E aquela coisa, curto, papo reto, direto. É o Bolsonaro", afirmou, após uma série de fotos e um pedido aos bolsonaristas. "Vamos continuar orando, tá? Para que nos ajude a acertar, não errar."

Questionado se o presidente pretende tratar da reforma da Previdência em seu discurso, o futuro ministro desconversou: "Deixa ele relaxar, se preparar e curtir amanhã". Ele evitou responder sobre o fato de ter utilizado verba pública para fazer campanha para Bolsonaro, como mostrou nesta segunda-feira o jornal Folha de S. Paulo.

Mais cedo, ao entrar na Granja, Onyx parou o carro e falou rapidamente com os apoiadores. Com bandeiras do Brasil penduradas nos ombros e camisetas com o rosto do presidente eleito estampado, cerca de 30 pessoas gritaram em coro: "Ô, Bolsonaro, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver", enquanto passa o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ele fez um vídeo da multidão e a promessa de mostrar as imagens para o presidente.

O presidente eleito está reunido na Granja do Torto com amigos e familiares, onde deve passar a virada do ano. Mais cedo, um dos irmãos de Bolsonaro, o comerciante Renato Bolsonaro também foi tratado como celebridade na entrada da Granja, onde está hospedado.

Renato passou pelo menos meia hora tirando fotos e gravando vídeos com bolsonaristas direcionados para diferentes Estados. Em certo momento, disse brincando que serviria como "genérico" do irmão, caso ele não possa conhecer os apoiadores pessoalmente.

Além das selfies, ele tirou fotos com um cartaz de apoio ao futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, com os dizeres: "O homem mais odiado do Brasil pelos petistas e pelos corruptos. Mas é o mais respeitado pelo povo brasileiro."

Em 2016, Renato foi exonerado do cargo de assessor especial na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após reportagem do SBT afirmar que ele não aparecia para trabalhar, embora constasse como funcionário do gabinete do deputado estadual André do Prado (PR) por três anos. Segundo a assessoria de imprensa do parlamentar, o Ministério Público chegou a pedir esclarecimentos na época, mas não houve acusação formal.

Em clima de festa e na expectativa de conhecer o presidente eleito, apoiadores de Bolsonaro se reuniram durante o dia em frente do portão da Granja. No portão que divide os apoiadores e a imprensa da residência oficial, penduraram faixas de Corumbá (MS) e Colatina (ES), em homenagem ao presidente eleito. Em uma caixa de som, tocam músicas da campanha, intercaladas com o hino brasileiro.

É da cidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que veio uma das principais apoiadoras do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para acompanhar a cerimônia de posse. A professora Wilma Silvestre saiu de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, que fica a mais de 2.000 km de Brasília, para tentar conhecer Bolsonaro pessoalmente. E diz que só deixará a capital federal quando isso acontecer.

Pelo segundo dia consecutivo, Wilma está com a família na entrada do Granja do Torto, onde deve ficar até de madrugada. Através de um grupo de WhatsApp, ela também organiza uma celebração de Ano-Novo no local com outros apoiadores do presidente eleito. Nem todos os 50 participantes do grupo devem vir, pondera Wilma, mas o combinado é que cada um traga um prato de comida para a ceia e que venham vestidos de branco ou de verde e amarelo, cores da bandeira.

"A gente só sai depois que vir o Bolsonaro. Elegemos o presidente, ele existe, mas ninguém viu ainda", afirmou. "Eu digo que a gente vai passar o Ano-Novo na casa do Bolsonaro, que agora é a nossa casa também."

Meron Vaurek também veio de longe: 1.300 km de carro com a mulher e a filha para conhecer a capital federal e ir à posse de Bolsonaro, para quem fez campanha em Goioerê (PR). "A maioria dos brasileiros gostaria de estar aqui, me sinto lisonjeado. Vim conhecer aqui a Granja e vai que ele aparece! É minha expectativa", disse.