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'Pressão de alguns ministros foi ostensiva', diz senador que pediu 'CPI da Toga'

O senador Alessandro Vieira (PPS-SE) - Pedro França/Agência Senado - 7.fev.2019
O senador Alessandro Vieira (PPS-SE) Imagem: Pedro França/Agência Senado - 7.fev.2019

Pedro Venceslau

Em São Paulo

12/02/2019 07h58

Autor do pedido de criação de uma CPI para investigar denúncias envolvendo membros de tribunais superiores, o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" que houve pressão de ministros do Supremo Tribunal Federal para que seus colegas retirassem suas assinaturas.

Reportagem do "Estado" mostra que ministros STF atuaram nos bastidores, durante o fim de semana, para que o Senado recuasse da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o "ativismo judicial" em tribunais superiores. Apelidada de "Lava Toga", a CPI foi enterrada após três senadores retirarem o apoio.

Como o sr. recebeu a retirada das assinaturas?

Não conversei com os dois [os senadores Tasso Jereissati e Kátia Abreu] sobre os motivos. Vou conversar. Quem tem de se preocupar com isso são os eleitores deles.

A que o sr. atribui esse recuo?

Recebo com uma certa naturalidade, uma vez que havia uma pressão muito grande contra a concretização da CPI.

O sr. considera que o Supremo é uma caixa-preta?

Alguns setores do STF configuram, sem dúvida, o que se denomina caixa-preta.

Acha que houve pressão do Judiciário pela retirada das assinaturas, com o argumento de que isso poderia abrir uma guerra entre os Poderes?

A pressão de alguns ministros aconteceu e ela foi ostensiva. Houve ameaça de retaliação em relação ao plano econômico, de uma crise institucional.

Os críticos da CPI dizem que seria uma vingança contra o ministro Dias Toffoli por ter derrubado o voto aberto.

Não tem cabimento nenhum essa alegação. Não tenho vinculação com nenhum tipo de grupo político. A proposta é uma demanda da sociedade.

Acredita que a CPI pode abrir uma guerra entre os Poderes?

A democracia foi suficientemente testada. O Brasil passou dessa fase, mas existem pessoas que tentam se aproveitar desse tipo de ameaça para manter seus privilégios.

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".