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Oposição critica Bolsonaro por dizer que liberdade é permissão das Forças Armadas

Bolsonaro durante comemoração dos 211 anos do corpo de fuzileiros naval da Marinha brasileira, no Rio - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
Bolsonaro durante comemoração dos 211 anos do corpo de fuzileiros naval da Marinha brasileira, no Rio Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Gregory Prudenciano

Em São Paulo

07/03/2019 12h54

A declaração dada pelo presidente Jair Bolsonaro de que a democracia só existe se as Forças Armadas "assim o quiserem" gerou reação de políticos de oposição. A fala foi feita durante discurso do presidente na cerimônia do 211º aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio de Janeiro.

"Num longo discurso de quatro minutos, Bolsonaro diz a militares que democracia só existe se as Forças Armadas quiserem", frisou o candidato derrotado à presidência pelo PT, Fernando Haddad. "Infelizmente, o presidente não atendeu a imprensa para explicar o raciocínio", ironizou o petista em seu Twitter.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), mostrou indignação. "Essa pessoa não tem limites na agressividade", tuitou. "A democracia foi conquistada pela sociedade brasileira, não é objeto de tutela ou permissão", escreveu Gleisi, para quem a democracia tem inimigos no grupo político do presidente. "Terá muita luta para defendê-la, apesar de você e seus aliados", encerrou.

Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL paulista, lembrou o trecho da Constituição Federal que diz que "todo poder emana do povo" e disse que a fala do presidente pode ser interpretada como uma mensagem que insta os militares a uma postura antidemocrática.

"Mais uma vez comete crime de responsabilidade e atenta contra a dignidade do cargo. Pior, constrange os militares a assumirem o autoritarismo", tuitou o parlamentar, referindo-se ao presidente da República.

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O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.