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Delegacia que investiga milícias participará de apuração de desabamento no Rio

Vista aérea dos destroços de dois prédios que desabaram no bairro da Muzema, Rio de Janeiro; 7 pessoas morreram e outras 17 estão desaparecidas - SERGIO MORAES/REUTERS
Vista aérea dos destroços de dois prédios que desabaram no bairro da Muzema, Rio de Janeiro; 7 pessoas morreram e outras 17 estão desaparecidas Imagem: SERGIO MORAES/REUTERS

Roberta Jansen

Rio de Janeiro

15/04/2019 18h58

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que é responsável pela investigação da atuação das milícias no Rio, vai participar da apuração do desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, na zona oeste, na última sexta-feira, que deixou, até agora, onze mortos. Outras 13 pessoas seguem desaparecidas.

O inquérito foi instaurado na 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca) para apurar o desabamento. Os investigadores, no entanto, estariam tendo dificuldade de colher depoimentos dos moradores que temem represálias de milicianos - responsáveis pela exploração imobiliária na comunidade.

Em entrevistas concedidas sem identificação, os moradores contam que os prédios foram construídos e são negociados por milicianos. De acordo com informações da Polícia Civil, equipes estão no local realizando diligências com o objetivo de identificar e ouvir vítimas e líderes comunitários.

"Também foram encaminhados ofícios à Prefeitura e demais órgãos de fiscalização, solicitando a identificação dos responsáveis pelas obras. A 16ª DP apura se houve, por parte dos construtores, inobservância do dever de cuidado e descumprimento de normas afetas à construção", informou a polícia.

Especialistas da Draco vão ajudar a determinar o envolvimento da milícia na exploração imobiliária da região e das comunidades do entorno, como Rio das Pedras. A delegada da 16ªDP, Adriana Belém, e o delegado da Draco Gabriel Ferrando de Almeida se reuniram na manhã desta segunda para discutir o caso e a atuação da força-tarefa.