Além da Lava Jato: investigação aponta para centenas de celulares hackeados
A investigação sobre a invasão de telefones de autoridades, entre elas o do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e do procurador da República Deltan Dallagnol, indica que centenas de celulares foram hackeados ou sofreram tentativas de hackeamento, em uma ação "muito além da Lava Jato".
Quatro suspeitos de realizarem as invasões foram detidos ontem pela Operação Spoofing da Polícia Federal - entre eles Walter Delgatti Neto, Gustavo Santos e Suellen Priscila de Oliveira. Os presos foram transferidos para Brasília.
Além dos mandados de prisão temporária, os agentes federais cumpriram ordens de busca e apreensão em São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto, cidades do interior paulista. A ação, que apreendeu ainda significativa quantidade de dinheiro em espécie, foi determinada pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira.
O inquérito sobre a ação de hackers é mantido em sigilo e está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que investigou o esquema do mensalão.
O mandado de buscas indica que o desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio, o juiz Flávio Lucas, da 18ª Vara Federal do Rio, e os delegados da PF Rafael Fernandes, em São Paulo, e Flávio Vieitez Reis, em Campinas (SP), também teriam sido alvo de hackers.
Em junho, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que, além de Moro e Deltan, pelo menos outras oito autoridades que atuam ou atuaram em investigações ligadas à Operação Lava Jato em quatro estados e um jornalista foram alvo de tentativas ou invasão por parte de hackers. Integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) também foram alvo de ataque.
Também ontem, a PF informou que vai investigar a suspeita de invasão nos aparelhos celulares do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
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