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Lula já descarta candidatura de Haddad em SP

Após ser solto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (à direita) discursou, em São Bernardo do Campo (SP), ao lado (da direita para a esquerda) de Guilherme Boulos (PSOL), Fernando Haddad (PT) e Marcelo Freixo (PSOL), de camiseta preta - Eduardo Knapp - 9.nov.2019/Folhapress
Após ser solto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (à direita) discursou, em São Bernardo do Campo (SP), ao lado (da direita para a esquerda) de Guilherme Boulos (PSOL), Fernando Haddad (PT) e Marcelo Freixo (PSOL), de camiseta preta Imagem: Eduardo Knapp - 9.nov.2019/Folhapress

Ricardo Galhardo

São Paulo

17/01/2020 12h15Atualizada em 17/01/2020 17h40

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer evitar a realização de prévias para a escolha do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Seis nomes se colocam como pré-candidatos, mas nenhum deles com chances reais de vitória. Fernando Haddad, o preferido do PT, foi descartado pelo próprio Lula. Haddad se recusa a encarar uma nova candidatura municipal. Diante do impasse, o ex-presidente tem falado na possibilidade de uma "novidade".

Lula tratou da necessidade de evitar prévias na maior cidade do País em reunião com dirigentes e pré-candidatos realizada no dia 6, no Instituto Lula. A escolha do candidato está marcada para o dia 15 de março. O ex-presidente quer uma definição antes desse prazo.

"Estamos fazendo um esforço para evitar as prévias, mas o calendário (de debates entre os pré-candidatos) será mantido, a não ser que se construa um nome de consenso", disse o presidente municipal do PT de São Paulo, Laércio Ribeiro.

O "nome de consenso", hoje, é o de Haddad. Mas o ex-prefeito já disse reiteradas vezes que não quer se candidatar, e Lula tem endossado a vontade de Haddad dizendo que, depois de receber 47 milhões de votos na eleição presidencial de 2018, o ex-prefeito deve ser preservado como uma alternativa de projeto nacional.

Na quarta-feira, 15, em entrevista concedida à TVT, emissora ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente deixou claro que o partido terá de buscar uma opção ao ex-prefeito. "É sabido que o companheiro Haddad não quer ser candidato. E, quando a pessoa não quer ser candidata, é bom você não forçar. O PT vai ter que escolher outro companheiro."

Os deputados federais Alexandre Padilha, Carlos Zarattini e Paulo Teixeira, o vereador Eduardo Suplicy, o ex-deputados Jilmar Tatto e o ex-vereador Nabil Bonduki são os nomes colocados até agora.

Na entrevista à TVT, Lula disse que todos eles têm currículo para pleitear a indicação, mas precisam transformar isso em "apoio popular", ou seja, votos. Setores importantes do PT ainda mantêm a esperança de que Haddad seja convencido a mudar de ideia. Lula tem falado na possibilidade de surgir uma "novidade" na disputa. Seria um nome vindo da sociedade civil.

Além de trabalhar pela construção de um nome de consenso em São Paulo, o PT tem buscado se aproximar da ex-prefeita Marta Suplicy (sem partido). Tatto e Haddad se reuniram recentemente com ela no escritório político do marido de Marta, Márcio Toledo. Na reunião ela reiterou que está disposta a colaborar, mesmo que seja sem integrar a chapa. Marta está em busca de partido. Os mais prováveis são PDT ou Solidariedade.

O Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT se reúne nesta sexta-feira, 17, em São Paulo para discutir o quadro eleitoral em todo o País. Na reunião também será empossado o novo diretório nacional, escolhido em novembro, e haverá eleição da nova executiva do partido. Até quinta-feira (16), a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a maior do partido, não havia chegado a acordo sobre a escolha do próximo tesoureiro.

Márcio Macedo, um dos vice-presidentes, e Wagner Freitas, ex-presidente da CUT, disputam o cargo com apoio do PT do Nordeste e de São Paulo, respectivamente. Uma saída pode ser a indicação da atual secretária de Organização, Gleide Andrade, que é de Minas Gerais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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