Carvão em água do Rio não basta, diz especialista
A Estação de Tratamento de Guandu, na Baixada Fluminense, começou a ser submetida ontem uma etapa extra de filtragem de água, com a pulverização de carvão ativado no reservatório. O objetivo é reduzir a presença de geosmina - formada pela proliferação de algas, que deixa a água com cheiro e gosto de terra. Para Márcia Dezotti, especialista da Universidade Federal do Rio (UFRJ), o carvão deve melhorar momentaneamente a qualidade da água, mas é preciso investir em tratamento do esgoto.
Desde o início do ano, a população reclama que a água fornecida pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), estatal que cuida do saneamento no Rio, está com gosto e cheiro de terra. Em alguns bairros, o produto sai turvo da torneira. Para resolver o problema, a Cedae começou essa etapa extra de filtragem. O governador Wilson Witzel (PSC) disse que em, uma semana, a diferença já deve ser sentida pelos consumidores.
O carvão ativado já é usado regularmente em outros estados, de forma permanente, como São Paulo. Segundo Márcia, isso já deveria ter sido adotado no Rio há mais tempo.
"O carvão não faz milagre, mas melhora a qualidade da água. Momentaneamente resolve, mas vai acontecer de novo", diz Márcia. "A Baixada não trata esgoto. O esgoto é lançado diretamente nos afluentes do Rio Guandu. A qualidade da água que chega à estação é muito ruim. A estação está sobrecarregada."
A Cedae informou que investirá R$ 750 milhões até 2022 para modernizar a estação. A companhia lembrou também que a água que deixa o reservatório atende aos padrões de qualidade do Ministério da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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