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Bolsonaro não compreende o jornalismo e mostra caráter autoritário, diz ANJ

Adriano Machado/Reuters
Imagem: Adriano Machado/Reuters

Redação

São Paulo

05/05/2020 15h14Atualizada em 05/05/2020 15h46

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça, 5, após ele ter mandado repórteres "calarem a boca" no Palácio da Alvorada. Para a entidade, é uma demonstração de caráter autoritário por parte do presidente.

"Mais uma vez, o presidente mostra sua incapacidade de compreender a atividade jornalística e externa seu caráter autoritário", diz em nota a ANJ. "Os jornalistas trabalham para levar os fatos de interesse público ao conhecimento da população e têm o direito e o dever de inquirir as autoridades públicas."

A ANJ lamentou e disse ser "preocupante" que Bolsonaro faça dos ataques a jornalistas e ao jornalismo "uma rotina contra a civilidade e a convivência democrática".

No domingo, 3, apoiadores do presidente agrediram profissionais do Estado que trabalhavam na cobertura de ato pró-governo em Brasília. O fotógrafo Dida Sampaio registrava imagens do presidente em frente à rampa do Palácio do Planalto, numa área restrita à imprensa, quando foi agredido.

Ministros do Supremo, partidos políticos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e entidades como a ANJ e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) rechaçaram os ataques. Em nota, a direção do Estadão disse que "trata-se de uma agressão covarde contra o jornal, a imprensa e a democracia".

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.