Bolsonaro diz a empresários não temer CPI e é cobrado por meio ambiente
Em mais um esforço para se aproximar do setor produtivo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convocou dez ministros nesta terça-feira (20) para a sua primeira reunião do ano com empresários do 'Diálogos pelo Brasil', grupo criado pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, para mediar a relação do setor com o governo federal. No final da reunião, os empresários cobraram um posicionamento do governo em relação à Cúpula do Clima, que começa nesta quinta-feira (22). O grupo ainda marcou um novo encontro na quarta (21) para apresentar propostas para o setor.
No último dia 7, Bolsonaro participou de um jantar em São Paulo com cerca de 20 empresários na casa do empresário Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil. O evento desta terça-feira (20) foi realizado por videoconferência e contou com a presença de 40 grandes empresários e executivos do País. Entre eles estavam Abílio Diniz (Península), André Bier Gerdau Johannpeter (Gerdau), André Esteves (BTG Pactual), Wesley Batista Filho (JBS), Rubens Ometto (Cosan) e Luiz Carlos Trabuco (Bradesco).
Segundo relatos de participantes, em sua fala o presidente fez uma crítica indireta aos governadores ao reclamar do "abre e fecha" do comércio, elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e disse que "não teme" a CPI da Covid no Senado. Bolsonaro também exaltou as ações do governo federal contra a pandemia após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizer que cerca de 900 mil kits para intubação de pacientes graves com covid-19 chegarão ainda nesta semana ao País, importados da Espanha.
O ministro da Saúde fez a fala mais longa da reunião. Queiroga disse aos empresários que prevê "um horizonte melhor" de vacinação entre maio e junho e defendeu que é preciso encontrar uma solução para evitar aglomerações no transporte público — uma prerrogativa dos estados e municípios. O ministro também pregou o distanciamento social e uso de máscaras, mas afirmou que um novo protocolo para uso de medicamentos do "kit covid" nos hospitais será anunciado em breve. Defendido por Bolsonaro, o tratamento precoce contra a covid não tem base científica.
Todos os ministros presentes fizeram uma pequena apresentação sobre suas pastas e Skaf foi o único a falar em nome dos empresários. O presidente da Fiesp apresentou uma lista com três "demandas" do setor, combinadas previamente em um grupo de WhatsApp: ampliação e aceleração da vacinação, reforma administrativa e um bom ambiente econômico.
No momento que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é alvo de notícia-crime do ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas Alexandre Saraiva, acusado de obstruir investigação ambiental e favorecer madeireiros investigados pela PF, e na véspera do início da Cúpula do Clima nos EUA, o tema ambiental também foi uma preocupação dos empresários. Skaf pediu uma outra reunião nesta quarta-feira (21), específica sobre o tema. Além de Salles, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o embaixador Leonardo Athayde, negociador da agenda do clima, vão falar com os empresários.
Tereza Cristina destacou que o Brasil vem batendo seguidos recordes em suas safras. "Teremos este ano o fechamento da safra com mais de 272 milhões de toneladas. E muito provavelmente o presidente Jair Bolsonaro vai chegar ao seu último ano de mandato bem próximo dos 300 milhões de toneladas", afirmou a ministra da Agricultura.
O ministro Carlos França disse que está trabalhando pela modernização do Mercosul, ao reforçar a vertente econômica comercial do bloco, com impulso à negociação de acordos comerciais como o da União Europeia e com outros países ao redor do mundo. "Temos atuado no sentido de facilitar a compra de insumos para a vacina e o imunizante pronto, a fim de que possam estar disponíveis para atender a população brasileira o mais rápido possível", afirmou.
Também participaram do encontro virtual o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos e o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.
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