Bolsonaro nega pressão sobre Exército por causa de vacinação de militares
O presidente Jair Bolsonaro negou neste sábado (8) pressão sobre o Exército e relevou uma eventual crise com os militares por causa da recomendação de vacinação contra covid-19.
Em entrevista à imprensa após participar da festa de aniversário do advogado Geral da União, Bruno Bianco, em Brasília, Bolsonaro disse que o Exército não precisa esclarecer a determinação de vacinação contra a covid-19 para o retorno das atividades presenciais porque, segundo ele, o que existe é uma recomendação e não a obrigação de tomar o imunizante.
"Foi uma diretriz não do Exército, mas da Defesa, que dava dúvidas. Não houve exigência nenhuma. Eu sou democrata. Já tive notícia de duas estatais que queriam aplicar sanções aos funcionários que não se vacinaram. Se o Exército quiser esclarecer, tudo bem, mas está resolvido, não tem que dar explicação para ninguém. É uma questão de interpretação", respondeu.
Saída de 12 ministro para disputar eleições
O presidente Jair Bolsonaro também admitiu que até 12 ministros devem deixar o governo nos próximos meses para concorrerem a cargos públicos nas eleições deste ano. O prazo para a descompatibilização dos ministros vai até abril e o presidente disse esperar que todos fiquem nos cargos até lá.
"Gostaria que eles saíssem somente um dia antes do limite máximo, para não termos qualquer problema. Já começamos a pensar em nomes para substituí-los, e alguns já estão mais que certos. A maioria será por escolha interna, até mesmo porque seria um mandato tampão até o fim do ano", respondeu, ao participar da festa de aniversário do advogado Geral da União, Bruno Bianco.
Bolsonaro evitou falar em nomes prováveis para ocupar os ministérios para "evitar ciumeira". Ele adiantou que até mesmo parlamentares poderão ocupar as vagas a serem abertas. "Existem bons parlamentares. Eu fui deputado 28 anos. Todo mundo é possibilidade (para assumir um ministério)", acrescentou.
Inflação
Com a inflação em dois dígitos, o presidente Jair Bolsonaro repetiu neste sábado que não pode tabelar os preços dos alimentos como outros países - sobretudo a Argentina - que tentaram fazer isso recentemente.
"A Argentina anunciou que não iria mais exportar carne e os outros países consumidores vieram buscar aqui. Isso aumenta o nosso preço, mas eu não posso tabelar o preço da carne. Não é esse o caminho. Sabemos que o congelamento de preços leva à inflação e ao desabastecimento", respondeu.
Esquerda
Sem citar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente Jair Bolsonaro criticou hoje as candidaturas de esquerda que falam em revogar o teto de gastos, as privatizações e parte das reformas aprovadas nos últimos anos.
"Se eu falo isso, o dólar vai a R$ 8 e os juros explodem também. Se esse pessoal voltar, eles vão explodir o Brasil. Eles dizem abertamente que vão censurar a mídia tradicional e as mídias sociais. Eles falam barbaridades. Tivemos exemplos na pandemia do que eles podem fazer, como vimos os governadores de esquerda", afirmou.
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