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Faz parte da sociedade civil reagir a agressões, diz ex-diretor do BC sobre carta

Luiz Fernando Figueiredo foi diretor do Banco Central durante segundo mandato de FHC. - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Luiz Fernando Figueiredo foi diretor do Banco Central durante segundo mandato de FHC. Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Eduardo Laguna e Francisco Carlos de Assis

28/07/2022 18h18

Sócio-fundador da gestora Mauá Capital e ex-diretor de política monetária do Banco Central (BC), o economista Luiz Fernando Figueiredo, que também figura entre os signatários da "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros", um manifesto em defesa da democracia que nasceu a iniciativa dos alunos de Direito do Largo de São Francisco (USP), disse que aceitou assinar o documento por entender que a sociedade civil precisa reagir às agressões contra as instituições brasileiras.

Para o economista, o Brasil tem uma democracia estabelecida, tem instituições cujas decisões podem sofrer discordâncias, mas estão funcionando e um sistema eleitoral testado. Então, afirma o economista, tratam-se de instituições robustas e que os embates entre elas não ajudam a ninguém.

"Dito isso, sempre que há uma agressão a uma instituição, independentemente se ela tem potencial para se tornar em uma coisa mais séria, faz parte sim da obrigação da sociedade civil reagir. Ela não pode deixar que coisas que são fora das regra, do que já está definido, seja levado em consideração ou que se flerte com isso", disse o ex-diretor do BC.

Para ele, essa carta é para deixar claro que a sociedade não aceita esse tipo de coisa. "E daí não é um segmento da sociedade civil. Está chegando a 200 mil assinaturas, mas tem acadêmicos, empresários, consumidores. Tem todo o tipo de pessoa lá dizendo: olha, eu não aceito isso. Não é uma coisa partidária. Temos que defender as instituições brasileiras. Tem que ficar claro que isso é inaceitável", disse.