Autor de impeachment de Dilma, Miguel Reale Jr. anuncia apoio a Lula no 1º turno
Um dos autores do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior desistiu da terceira via e anunciou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 1° turno.
"Sem perspectiva de vitória da terceira via, é importante que Lula vença no primeiro turno, para se impedir ação desesperada de Bolsonaro. Decidir por Lula é consequência de saber que assim se evitará ataques à democracia, à dignidade da pessoa humana e ao meio ambiente, que, com certeza, sucederão com maior intensidade em novo mandato de Bolsonaro", disse o jurista em mensagem enviada ao Estadão.
O gesto de Reale, que foi ministro de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), se soma ao de outros quadros ligados ao PSDB como o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Justiça, José Gregori, o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira, e o diretor geral da Fundação FHC, Sergio Fausto.
Os apoios reforçam a estratégia de Lula de impulsionar o voto útil na reta final da campanha. O senador José Serra (PSDB) foi sondado pelo PT para participar do ato com oito ex-presidenciáveis realizado ontem em São Paulo, mas declinou porque por ora apoia a senadora Simone Tebet (MDB).
Procurada, a deputada estadual Janaina Paschoal, que assinou junto com Reale o pedido de impeachment de Dilma em 2015, disse ao Estadão que "já imaginava" que o jurista seguiria por esse caminho. "Pela resistência do professor em ingressar no processo de impeachment e pelos pleitos que fez para eu desistir, eu já imaginava que ele fecharia com Lula", disse. "A chance de a esquerda voltar é real, até por isso me candidatei ao Senado."
Gleisi fala em gesto 'importante'
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, declarou que o posicionamento de Reale é um gesto "importante" e um "reconhecimento para reconstruir aquilo que foi destruído".
"Nós temos várias pessoas que participaram daquele processo de impeachment e que hoje avaliam que aquilo foi um erro e que realmente teve problema com a democracia", disse a deputada, uma das coordenadoras da campanha, após um encontro do ex-presidente Lula.
*Com UOL
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