Michelle Bolsonaro, cotada para substituir Moro, tem coro de `senadora' no Paraná
Cotada para disputar as eleições suplementares no Paraná para o Senado caso o senador Sergio Moro (União-PR) seja cassado por abuso de poder econômico, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) foi recebida com um coro de "senadora" em um evento do PL Mulher em Curitiba neste sábado (16).
Michelle alfinetou Moro, afirmando que os paranaenses devem eleger alguém "realmente elegante".
A ex-primeira-dama participou do encontro estadual da ala feminina do partido, que é presidida por ela desde março. Enquanto discursava, Michelle disse que Deus a teria chamado para "algo novo no Brasil". Foi quando o coro de "senadora" começou por parte dos apoiadores.
Moro foi alvo de críticas após a sabatina do ministro da Justiça, Flávio Dino, aprovado para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) na última quarta-feira (13). Ele foi visto abraçando e rindo ao lado de Dino durante a sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Após a audiência, o Estadão flagrou que um assessor do ex-juiz recomendou, por mensagens, que ele não revelasse publicamente um apoio à indicação do novo ministro do STF.
"Deus vai dar sabedoria para vocês escolherem o melhor para o estado do Paraná. Uma pessoa que seja realmente elegante, que possa ter elegância para trabalhar e para lutar por esse estado tão maravilhoso", disse a ex-primeira-dama.
Moro enfrentará um julgamento do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) por abuso de poder econômico em uma ação que é movida pelo próprio PL e pela Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os requerentes acusam o senador de ter causado um desequilíbrio eleitoral nas eleições para senador em outubro do ano passado, onde foi eleito com 1,9 milhão de votos (33,5% dos votos válidos).
Em um parecer protocolado nesta quinta (14), o MPE (Ministério Público Eleitoral) pediu a cassação do senador e a sua inelegibilidade. Com a manifestação do MPE, o próximo passo no julgamento contra Moro será apresentação do voto do relator do processo eleitoral, que é o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza. Segundo o advogado Luiz Peccicin, que representa o PT no caso, a previsão é que isso ocorra no dia 22 de janeiro.
Se Moro for condenado pelos crimes em que é denunciado, seu mandato será cassado pelo TRE. Caso isso ocorra, serão realizadas eleições suplementares para eleger uma nova chapa que permanecerá no Senado até 2030. Um possível pleito deve ser marcado após o processo contra o senador transitar em julgado. Ou seja, após decisão final no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Com a possibilidade de cassação de Moro, o nome de Michelle tem sido ventilado entre os possíveis concorrentes para o Senado. Para ser candidata no Paraná, a ex-primeira-dama precisa comprovar um domicílio eleitoral no estado seis meses antes da eleição.
Segundo o Estadão, os deputados federais do PT Zeca Dirceu e Gleisi Hoffmann e o ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara Ricardo Barros (PP) já manifestaram interesse em ocupar a vaga deixada por Moro. Além do nome de Michelle estar nas discussões, outro cotado do PL na disputa é o ex-deputado Paulo Martins, que ficou em segundo lugar na disputa pelo Senado, perdendo para Moro por 250 mil votos.
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