PSB questiona redes sociais na Justiça por atuação de Marçal na pré-campanha

O PSB (Partido Socialista Brasileiro) protocolou uma ação na Justiça Eleitoral contra as empresas Meta, dona do Instagram, ByteDance, proprietária do TikTok e X, antigo Twitter, por conta da atuação de Pablo Marçal (PRTB) nas redes sociais enquanto ainda era pré-candidato. Nesta ação, a sigla pede esclarecimentos quanto à aplicação de políticas de despolitização e solicita comprovação de que as regras eleitorais do País estão sendo respeitadas.

Procuradas, a Meta e a ByteDance não responderam até a publicação do texto. Em resposta automática de e-mail, o X enviou, em inglês, para 'tentar novamente mais tarde.'. A equipe do ex-coach também não retornou até a publicação desta reportagem.

De acordo com a legenda de Tabata Amaral (PSB), o ex-coach estaria utilizando suas redes de maneira inadequada e antecipada para promover sua imagem na corrida eleitoral deste ano pela Prefeitura de São Paulo ao 'driblar' o algoritmo dessas plataformas ao não se apresentar, à época, como político - ao contrário de outros postulantes, que sempre deixaram claro em seus perfis que eram ocupantes de cargos públicos.

O pedido de esclarecimentos, obtido pelo Estadão, menciona que essas redes sociais têm adotado diretrizes que visam despolitizar o conteúdo exibido em suas plataformas. Essas novas 'configurações' algorítmicas, no entanto, podem estar fazendo com que políticos tenham menos visibilidade do que influenciadores digitais, caso de Marçal durante a pré-campanha, segundo a ação movida pela legenda.

No caso específico do empresário, o PSB sugere que ele estaria utilizando sua posição de influenciador para contornar essas restrições, promovendo conteúdo político de maneira que se beneficiava de uma visibilidade superior àquela que um político tradicional poderia obter nestas mesmas plataformas.

Além de usar as redes para promover sua imagem, o candidato do PRTB teria orquestrado campanhas que incentivavam usuários a compartilhar 'cortes' de podcasts e outros programas nos quais Marçal participava, ampliando, assim, o alcance de seu conteúdo "sem qualquer controle judiciário, fora das funcionalidades da plataforma". Essa prática pode manipular os algoritmos, em um processo chamado de "adestramento malicioso" desses códigos, segundo o documento.

O PSB acusa Marçal de realizar espécies de campeonatos de cortes em que "remunerava com dinheiro aquelas contas e perfis de redes sociais que, repetindo seus conteúdos, divulgavam sua imagem". Os vídeos deveriam vir acompanhados das hashtags #prefeitomarçal e #cariani, como mostra um dos prints anexados ao documento.

Considerado um dos mais importantes influenciadores fitness do Brasil, Renato Cariani se tornou réu em fevereiro deste ano por suspeita de tráfico de drogas depois que a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado. No final de junho, Marçal lançou, junto de Cariani, um curso de autoajuda.

Além disso, a ação do PSB também acusa as plataformas digitais de facilitar o acesso dos usuários do emoji da letra 'M', usado por Marçal em seus perfis, ao comentar em publicações de Tabata. "Assim que se clica em 'adicione um comentário', aparece entre os emojis tradicionais a letra M sob o fundo azul", destaca o documento.

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Ao final, o documento questiona se os mecanismos de recomendação das plataformas atuaram da mesma maneira para todos os pré-candidatos ou se "o candidato Pablo Marçal, que manteve sua apresentação como empreendedor e influenciador, não teve as mesmas restrições que se endereçam aos políticos? Ele e as pessoas que reproduzem seus conteúdos, inclusive de cunho político-eleitoral, foram monetizados, notadamente pelo TikTok que não remunera conteúdo de políticos?"

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