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Arábia Saudita reduz penas e condena 8 por morte de Khashoggi

ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) espalhou manequins desmembrados em frente ao consulado saudita na França em decorrência do aniversário de morte do jornalista Jamal Khashoggi - Philippe Lopez/AFP
ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) espalhou manequins desmembrados em frente ao consulado saudita na França em decorrência do aniversário de morte do jornalista Jamal Khashoggi Imagem: Philippe Lopez/AFP

07/09/2020 13h35

ISTAMBUL, 7 SET (ANSA) - Um tribunal da Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira (7) as penas de oito envolvidos na morte do jornalista Jamal Khashoggi, brutalmente assassinado no consulado saudita em Istambul, na Turquia. Para cinco deles, a pena foi de 20 anos de detenção e outros três receberam punições entre sete e 10 anos de cárcere.

A informação sobre as penas foi dada pela Procuradoria de Riad e repercutida pela mídia local. Segundo as explicações, os cinco principais acusados não serão mais condenados à morte, conforme anunciado em dezembro do ano passado, porque os filhos do repórter crítico ao regime "perdoaram" os assassinos.

Conforme a lei saudita, só pode ser condenado à pena capital quem não recebe um gesto de clemência dos familiares.

Para a responsável da Organização das Nações Unidas (ONU) para casos de execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Agnes Callamard, o veredicto "não tem nenhuma legitimidade legal ou moral".

A namorada de Khashoggi à época do homicídio, Hatice Cengiz, criticou a decisão e disse que "as autoridades sauditas fecharam o caso sem que o mundo conheça a verdade sobre quem é o responsável pelo homicídio de Jamal".

Khashoggi foi morto no consulado de Riad em Istambul em 2 de outubro de 2018 e os restos mortais do jornalista nunca foram encontrados. Após inúmeras versões sobre o crime, a Arábia Saudita informou que o crime foi premeditado, mas que não teve envolvimento do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

Além desse processo, a Turquia também está julgando o caso contra 20 pessoas que estariam envolvidas no crime. Em março, os procuradores pediram prisão perpétua para 18 dos 20 acusados.

(ANSA).

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