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Ucrânia diz que massacre em Bucha foi intencional e pede sanções

2.abr.2022 - Os corpos de pelo menos 20 pessoas em trajes civis estavam espalhados hoje, em uma rua de Bucha, cidade a noroeste de Kiev, recapturada pelas forças ucranianas - Zohra Bensemra/Reuters
2.abr.2022 - Os corpos de pelo menos 20 pessoas em trajes civis estavam espalhados hoje, em uma rua de Bucha, cidade a noroeste de Kiev, recapturada pelas forças ucranianas Imagem: Zohra Bensemra/Reuters

03/04/2022 10h46Atualizada em 03/04/2022 11h56

O Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia disse neste domingo (3) que o massacre de civis ocorrido em Bucha, uma das cidades nos arredores de Kiev libertadas no último sábado (2), foi intencional e precisa ser punido com mais sanções contra a Rússia.

"Os russos pretendem eliminar o maior número possível de ucranianos. Nós devemos detê-los e expulsá-los", escreveu o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, em sua conta no Twitter.

Segundo ele, o crime precisa ser punido e "novas sanções devastadoras do G7" devem ser aplicadas, como "o embargo ao petróleo, gás e carvão, o fechamento de todos os portos para navios e mercadorias russas, e a retirada de todos os bancos russos do Swift".

O prefeito de Bucha, Anatoly Fedoruk, por sua vez, afirmou haver cerca de 300 corpos em uma vala comum da cidade. Equipes de reportagem registraram pelo menos 20 corpos de civis em ruas locais, sendo que alguns deles foram encontrados com as mãos amarradas.

O líder regional contou ainda que famílias inteiras teriam sido alvejadas pelas forças russas dentro de seus carros. "As imagens de civis mortos em Bucha são insuportáveis", lamentou a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, pedindo novas sanções contra a Rússia e definindo essas ações como "crimes de guerra".

Hoje, o chefe das equipes socorristas, Serhii Kaplytchny, relatou que mais 57 corpos foram encontrados em uma vala comum em Bucha.

De acordo com o socorrista ucraniano, pelo menos uma dúzia de corpos eram visíveis, sendo que alguns era possível ver apenas parcialmente. "Aqui, nesta longa vala, 57 pessoas estão enterradas afirmou ele, que está organizando a recuperação dos corpos.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, reforçou que é preciso "esclarecer em termos inequívocos estes crimes dos militares russos". Para ele, as imagens são "assustadoras.

"Reclamo que organizações internacionais como o Comitê internacional da Cruz Vermelha tenham acesso a esta área para documentar de forma independente essas atrocidades. Os carrascos e seus mandantes devem ser levados à justiça", acrescentou em comunicado.