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Primeiro-ministro da Itália defende adesão da Ucrânia à União Europeia

Premiê disse que a integração de países que "manifestem aspirações europeias" não é uma ameaça ao projeto da UE. - Andreas Solaro/AFP
Premiê disse que a integração de países que "manifestem aspirações europeias" não é uma ameaça ao projeto da UE. Imagem: Andreas Solaro/AFP

Em Estrasburgo

03/05/2022 12h24

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, discursou no Parlamento da União Europeia, em Estrasburgo, hoje e defendeu a adesão da Ucrânia ao bloco.

Em seu pronunciamento, o premiê disse que a integração de países que "manifestem aspirações europeias" não é uma ameaça ao projeto da UE.

"A Itália apoia a abertura imediata de negociações com Albânia e Macedônia do Norte. Queremos dar um novo impulso às negociações com Sérvia e Montenegro e assegurar máxima atenção às expectativas legítimas de Bósnia-Herzegovina e Kosovo. Somos favoráveis à entrada de todos esses países e queremos a Ucrânia na UE", afirmou Draghi.

Kiev já formalizou seu pedido de adesão à União Europeia, assim como Geórgia e Moldávia, outras duas ex-repúblicas soviéticas que abrigam territórios separatistas pró-Moscou.

O premiê italiano também defendeu a instituição de um teto europeu para os preços do gás natural importado da Rússia, o que permitiria "reduzir as somas que enviamos diariamente a Putin e que, inevitavelmente, financiam sua campanha militar".

"Desde o início da crise, a Itália pediu um teto europeu aos preços do gás importado da Rússia. Moscou vende à UE quase dois terços de suas exportações, em sua maioria por meio de gasodutos que não podem ser reorientados para outros compradores", declarou.

Além disso, Draghi disse que a UE precisa agir para se tornar independente da Rússia em energia. "A guerra na Ucrânia mostrou a profunda vulnerabilidade de nossos países em relação a Moscou.

A Itália é um dos Estados-membros mais expostos. Tal dependência energética é imprudente do ponto de vista econômico e perigosa do ponto de vista geopolítico", afirmou.

Reformas

Durante o discurso, o primeiro-ministro também aproveitou para cobrar reformas nas instituições da União Europeia e a aceleração do processo de integração no bloco.

"As instituições europeias que nossos antecessores construíram serviram bem aos cidadãos europeus, mas são inadequadas para a realidade que se manifesta hoje diante de nós. Precisamos de um federalismo pragmático, que abrace todos os âmbitos afetados pelas transformações em curso: economia, energia, segurança", disse.

Para Draghi, a Europa precisa se mostrar "mais forte, coesa e soberana, capaz de tomar seu futuro nas próprias mãos". "A soma das crises nos impõe uma aceleração decidida no processo de integração", acrescentou.

Segundo o premiê, a Itália quer estar na "linha de frente para desenhar a nova Europa", o que inclui uma proposta para abolir o princípio da unanimidade que rege as relações entre os 27 Estados-membros, mecanismo que muitas vezes trava decisões importantes no bloco.

"Uma Europa capaz de decidir de modo tempestivo é uma Europa mais confiável para seus cidadãos e o mundo", salientou.