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Presidente da Ucrânia diz estar pronto para negociar com Putin

Zelensky reconheceu que as negociações com Moscou "se complicam a cada dia" porque "muitas pessoas fugiram de suas casas ou foram assassinadas" - Presidência da Ucrânia
Zelensky reconheceu que as negociações com Moscou "se complicam a cada dia" porque "muitas pessoas fugiram de suas casas ou foram assassinadas" Imagem: Presidência da Ucrânia

Em Roma

12/05/2022 12h25

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que está pronto para negociar com o mandatário da Rússia, Vladimir Putin, mas desde que não haja "ultimatos".

Em entrevista ao talk show italiano "Porta a Porta", da emissora Rai, Zelensky reconheceu que as negociações com Moscou "se complicam a cada dia" porque os russos estão ocupando novos vilarejos e "muitas pessoas fugiram de suas casas ou foram assassinadas".

"Isso complica muito a possibilidade de conduzir tratativas. Queremos que entendam que nossa sociedade é muito pacífica, queremos negociar há oito anos. Eu estou pronto para falar com Putin, mas sem ultimatos", disse o presidente.

As negociações para um cessar-fogo estão travadas desde o fim de março, quando a Ucrânia admitiu a possibilidade de não ingressar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mas desde que tivesse caminho livre para entrar na União Europeia e garantias de segurança por parte de potências internacionais.

Os dois países, no entanto, ainda não avançaram nas conversas sobre o destino da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e do Donbass, zona do leste ucraniano onde ficam as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.

Moscou exige o reconhecimento da soberania de todo o Donbass e da anexação da Crimeia, mas a Ucrânia defende a manutenção de sua integridade territorial. "Nunca falei em reconhecer a independência da Crimeia, jamais a reconheceremos como parte da Federação Russa", declarou Zelensky ao "Porta a Porta".

O presidente ainda disse considerar "injusto" pedir para Kiev "ceder alguma coisa para salvar a pele" de Putin, inclusive territórios. "Os russos devem ir embora e responder por aquilo que fizeram. Não podemos comprometer nossa independência. A Ucrânia quer a paz e coisas muito normais, como o respeito de sua soberania, de sua integridade territorial, das tradições populares e da língua", ressaltou.

A invasão russa começou em 24 de fevereiro, e as tropas de Moscou hoje se concentram na tomada total de Donbass após uma tentativa fracassada de conquistar a capital Kiev nas primeiras semanas de guerra.