Macron sugeriu que CEO levasse sede do Telegram para Paris em 2018
Em um almoço em 2018, o presidente da França, Emmanuel Macron, teria convidado o russo Pavel Durov, fundador do Telegram, para transferir a sede do aplicativo de mensagens para Paris, mas o empresário recusou.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (28) pelo "Wall Street Journal" (WSJ), citando pessoas familiarizadas com o assunto, cujas quais Macron teria considerado conceder a Durov a cidadania francesa.
No entanto, o fundador do Telegram rejeitou a oferta de Macron em 2018, apesar de ter recebido a cidadania francesa em 2021.
Ainda segundo a publicação, um ano antes do almoço, agentes do serviço secreto de Paris atacaram Durov em uma operação conjunta com os Emirados Árabes Unidos e hackearam o seu iPhone, tendo em vista que a segurança francesa estava preocupada com o uso do Telegram pelo Estado Islâmico para planejar ataques no país.
A operação de espionagem, que não havia sido relatada anteriormente, recebeu o codinome "Purple Music", revelaram as fontes ao WSJ.
Os dois governos colocaram Durov na mira por causa dos grupos que foram atraídos para seu app, que vão desde manifestantes e dissidentes pró-democracia até militantes islâmicos, traficantes de drogas e criminosos cibernéticos.
Segundo uma pessoa próxima ao executivo russo, durante anos, a empresa ignorou intimações e ordens judiciais enviadas pelas autoridades competentes, que se acumulavam em um endereço de e-mail corporativo raramente verificado. O Telegram afirma que agora está em conformidade com a Lei de Serviços Digitais da União Europeia, que exige que as empresas online trabalhem com as autoridades para combater a propagação de conteúdo ilegal nas suas plataformas.
Durov, de 39 anos, foi detido no último sábado (24) pelas autoridades francesas no aeroporto Le Bourget, nos arredores de Paris, no âmbito de uma investigação sobre crimes relacionados a fraude, tráfico de drogas, cyberbullying, crime organizado e promoção do terrorismo em sua plataforma.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, o episódio levou "as relações entre Moscou e Paris ao seu ponto mais baixo", apesar de Macron alegar que a detenção não foi um "ato político".
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