Índia aprisiona leões para descobrir 'culpado' pela morte de três pessoas
Autoridades na Índia anunciaram a captura de 18 leões numa tentativa de encontrar o animal suspeito de matar três pessoas.
Guardas florestais do Estado de Gujarat testarão as pegadas dos leões para compará-las com os rastros encontrados nos locais de ataques. O "culpado" receberá uma sentença de "prisão perpétua" em um zoológico; os outros serão devolvidos ao santuário na Floresta de Gir.
Seis ataques foram registrados nas proximidades do santuário, o único habitat para o leão asiático.
O chefe da Guarda Florestal de Gujarat, JA Khan, disse que os leões foram "presos" nos últimos dois meses e ficarão em jaulas individuais enquanto os testes forem realizados.
"Acreditamos ter encontrado o culpado, mas ainda precisamos esperar o resultado dos testes de nove animais", explicou.
O especialista em vida selvagem Ruchi Dave disse à BBC que os testes consistiram em análise de pegadas e exame dos excrementos dos animais.
"Também estamos estudando seu comportamento. Leões que atacam humanos normalmente mostram atitude mais agressiva em sua presença", explicou Dave.
Outro especialista, Revtubha Raizada, explicou que a "prisão perpétua" para o leão culpado se justifica pelo fato de que o animal seria perigoso demais para viver solto.
Mas alguns zoólogos creem que o aumento da população de leões em Gir está por trás desse comportamento.
Govind Patel, ex-diretor da reserva, disse ao jornal "Indian Express" que Gir deveria acomodar apenas 270 leões --a população superava 520 indivíduos em maio de 2015-- e que alguns bandos teriam de ser instalados fora do santuário.
A Suprema Corte da Índia recentemente obrigou Gujarat a transferir alguns espécimes para outras regiões, para evitar que doenças ou desastres aniquilassem a população. Mas as autoridades do Estado ainda não cumpriram a determinação judicial.
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