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Índia aprisiona leões para descobrir 'culpado' pela morte de três pessoas

Leões foram "presos" no Estado de Gujarat, na Índia - Prashant Dayal
Leões foram 'presos' no Estado de Gujarat, na Índia Imagem: Prashant Dayal

Prashant Dayal

Da BBC Hindi, em Gujarat (Índia)

15/06/2016 13h33

Autoridades na Índia anunciaram a captura de 18 leões numa tentativa de encontrar o animal suspeito de matar três pessoas.

Guardas florestais do Estado de Gujarat testarão as pegadas dos leões para compará-las com os rastros encontrados nos locais de ataques. O "culpado" receberá uma sentença de "prisão perpétua" em um zoológico; os outros serão devolvidos ao santuário na Floresta de Gir.

Seis ataques foram registrados nas proximidades do santuário, o único habitat para o leão asiático.

O chefe da Guarda Florestal de Gujarat, JA Khan, disse que os leões foram "presos" nos últimos dois meses e ficarão em jaulas individuais enquanto os testes forem realizados.

"Acreditamos ter encontrado o culpado, mas ainda precisamos esperar o resultado dos testes de nove animais", explicou.

O especialista em vida selvagem Ruchi Dave disse à BBC que os testes consistiram em análise de pegadas e exame dos excrementos dos animais.
"Também estamos estudando seu comportamento. Leões que atacam humanos normalmente mostram atitude mais agressiva em sua presença", explicou Dave.

Outro especialista, Revtubha Raizada, explicou que a "prisão perpétua" para o leão culpado se justifica pelo fato de que o animal seria perigoso demais para viver solto.

Mas alguns zoólogos creem que o aumento da população de leões em Gir está por trás desse comportamento.

Govind Patel, ex-diretor da reserva, disse ao jornal "Indian Express" que Gir deveria acomodar apenas 270 leões --a população superava 520 indivíduos em maio de 2015-- e que alguns bandos teriam de ser instalados fora do santuário.

A Suprema Corte da Índia recentemente obrigou Gujarat a transferir alguns espécimes para outras regiões, para evitar que doenças ou desastres aniquilassem a população. Mas as autoridades do Estado ainda não cumpriram a determinação judicial.