Síria acusa EUA de usar ameaça de armas químicas para intervir no país

Em Beirute

O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, acusou os Estados Unidos de inventarem o assunto das armas químicas para lançar uma campanha militar contra a Síria e de apoiar os grupos armados que enfrentam o regime de Damasco.

Em entrevista nesta segunda-feira (1º) ao canal libanês "Al Mayadin", que será transmitida nesta noite, mas da qual foram antecipados alguns trechos, o chefe da diplomacia síria destacou que a estratégia de Washington em relação a estas armas é similar à utilizada no Iraque.

"Os EUA estão usando a questão das armas químicas para fazer uma campanha similar à que precedeu a invasão que causou a derrocada do regime de Saddam Hussein", denunciou Muallem.

No último mês de agosto, o presidente dos EUA, Barack Obama, advertiu que qualquer tentativa de empregar armas químicas na Síria por parte do regime de Damasco teria "enormes consequências" e faria com que Washington considerasse uma ação militar nesse país.

A crise na Síria em fotos
A crise na Síria em fotos

Por sua parte, o ministro sírio assegurou que a missão do mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, fracassará se os EUA e os países vizinhos não se comprometem a cessar seu apoio aos rebeldes.

Muallem afirmou que a chave para solucionar a crise na Síria "está em Damasco, mas também nos países vizinhos que acolhem, armam e apoiam os grupos terroristas armados" e nos EUA, que "orquestra todo o jogo".

O chefe da diplomacia síria acrescentou que tem certeza que Brahimi tem "boas intenções e a determinação de triunfar em sua missão" e que o governo sírio o ajudará nessa tarefa.

Em seu discurso hoje na Assembleia Geral da ONU, Muallem garantiu que o conflito na Síria se deve a atos de terrorismo encorajados desde o exterior e acusou alguns membros do Conselho de Segurança, entre eles EUA e França, de apoiar esses atos.

Enquanto isso a violência continua no país, onde morreram hoje pelo menos cem pessoas, principalmente nas províncias setentrionais de Idlib e Aleppo pelos bombardeios das forças governamentais.

Hoje mesmo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao governo sírio que tenha "compaixão" com seu povo e permita uma diminuição da violência que abra a porta a um processo de diálogo com a oposição.

 

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos