Síria considera ataque israelense parte de conspiração contra o regime
O governo sírio considera como parte de uma conspiração estrangeira que tenta derrocá-lo o ataque israelense contra um centro de pesquisa militar em seu território que denunciou há dois dias, informou nesta sexta-feira (1º) a agência de notícias oficial "Sana".
Em reunião extraordinária realizada ontem, o Conselho de Ministros, presidido por Wael al Halqi, insistiu no vínculo entre a "agressão israelense" e os "grupos terroristas" no país.
Em sua opinião, tudo isso "faz parte de um complô de Israel, Catar e Turquia com o objetivo de derrubar a estrutura do Estado sírio privando-lhe de elementos de seu poder militar e econômico e de sua união nacional".
A crise na Síria em fotos
Durante o encontro, o ministro da Defesa sírio, Fahd al Freich, informou ao governo os detalhes do "ataque terrorista" perpetrado por aviões israelenses na quarta-feira e lembrou que esta agressão "atroz" deixou dois mortos e cinco feridos, além de danos em um centro de pesquisa científica militar.
O ministro sírio reiterou que o ataque está relacionado com as agressões de grupos armados e negou que o motivo fosse destruir equipamentos e armas "preparados para serem transformados em outro lugar".
Por sua parte, o titular de relações exteriores, Walid Muallem, destacou que o objetivo foi "obstruir os esforços internacionais para resolver a crise na Síria mediante o diálogo e meios pacíficos".
Após a reunião, o gabinete emitiu um comunicado no qual qualificou "a agressão israelense como uma violação flagrante da soberania nacional da Síria e dos princípios da lei internacional".
Além disso, atribuiu à comunidade internacional, à ONU e ao Conselho de Segurança a responsabilidade de suas repercussões legais e fez uma chamada a que se adote uma postura "direta e séria frente à arrogância e à teimosia israelense".
E advertiu que a ação israelense é "um perigo que representa uma ameaça à segurança da região e seus Estados, assim como uma afirmação da hostilidade de Israel e uma transgressão de todas as normas e princípios".
Por último, reiterou que "Israel nunca teria se atrevido a lançar este ataque a menos que os grupos terroristas armados não tivessem preparado as circunstâncias práticas para este ato por meio de alvos organizados contra os sistemas de defesa aérea e radares".
Há dois dias, as Forças Armadas sírias asseguraram que aviões de guerra israelenses entraram em seu espaço aéreo e bombardearam um centro de pesquisa militar no distrito de Jamraiya, na província de Rif Damasco.
Ontem, Damasco reivindicou seu direito de se defender frente à "agressão israelense" e apresentou uma queixa oficial perante o Conselho de Segurança da ONU.
Por enquanto, as autoridades de Israel não confirmaram nem desmentiram o ataque.