Obama diz que Israel tem "boas razões" para ser cético sobre o Irã

De Washington

  • Susan Walsh/AP

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz anúncio na Casa Branca

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz anúncio na Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou que Israel e seus aliados do Golfo "têm boas razões para ser céticos sobre as intenções do Irã", apesar do acordo fechado em Genebra sobre o programa nuclear do país islâmico.

É dever do Irã "provar ao mundo que seu programa nuclear terá exclusivamente motivações pacíficas", disse.

No entanto, o presidente insistiu na promessa dos EUA de impedir que o Irã conseguisse construir uma bomba atômica, para o que "foi dado um importante primeiro passo" que, ressaltou, "torna o mundo mais seguro".

Potências e Irã anunciam acordo

O grupo de seis países conhecido como G5+1 finalizou na madrugada deste domingo (24), após quatro dias de negociações, um acordo de seis meses com o Irã que prevê a redução do programa nuclear iraniano em troca de alívio nas sanções econômicas à república islâmica.

O G5+1, ou E3+3, faz referência às nações europeus França, Reino Unido, e Alemanha e aos países Estados Unidos, Rússia e China. Irã e o grupo negociam desde quarta-feira (20) em Genebra (Suiça) uma regra para garantir a natureza pacífica das atividades nucleares iranianas.

Acordo prevê fim parcial de sanções

De acordo com a Casa Branca, o acordo prevê "alívios limitados, temporários, localizados e reversíveis, enquanto mantém o vasto volume de sanções" ao Irã. Foram retiradas sanções nos setores de ouro, metais preciosos, automóveis e de petroquímicos do Irã, o que geraria receita de US$ 1,5 bilhão (R$3,42 bilhões).

A comunidade internacional também fica vetada de propor novas sanções relacionadas ao programa  nuclear iraniano.

Irã se compromete a desacelerar programa nuclear

O Irã, por sua vez, se comprometeu a desacelerar seu programa nuclear. Em seis meses, o país terá se desfeito de todas suas reservas de urânio enriquecido a 20%, segundo o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry. "Isto significa que os 200 quilos de urânio enriquecido a 20% [que a república islâmica possui atualmente] chegarão a zero em seis meses", explicou em entrevista coletiva.

Além disso, anunciou que serão iniciados mecanismos de controle "sem precedentes" do programa nuclear iraniano, com "acessos diários" de mecanismos de verificação a todas as instalações nucleares. "Isto garantirá que o programa será submetido a mecanismos de vigilância que a comunidade internacional jamais teve antes", comentou.

Outro dos compromissos destacados por Kerry foi que o reator nuclear de Arak, onde poderia ser produzido plutônio, não será posto em funcionamento durante o período de vigência do acordo.

Irã e potências criarão comissão conjunta para vigiar acordo nuclear

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, disse que uma comissão conjunta será a encarregada de verificar a implementação do acordo fechado neste domingo com um grupo de seis potências.

Em entrevista coletiva, Zarif se declarou confiante de que este acordo "vai na direção correta" para restaurar a confiança de quem suspeitava que suas atividades nucleares pudessem ter fins militares.

No entanto, acrescentou que se trata de "um primeiro passo" e que agora todas as partes devem continuar trabalhando juntas "e sobre uma base de igualdade e respeito mútuo" para garantir este resultado a longo prazo.

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